Muito além dos números estatísticos, a pesquisa CNT/MDA, divulgada na
quarta-feira (15), mostra a realidade da política brasileira no
momento. Além disso, esclarece que algumas situações encaradas com
preocupação, outras com euforia, não traduzem a verdade dos fatos.
O fato de Lula aparecer na pesquisa com 30,5% de intenção de voto,
caso a corrida presidencial fosse hoje, nada representa além do que
mostram os números. O ex-presidente da República, que afunda de maneira
progressiva no escândalo do Petrolão, manteve o índice que o PT sempre
conquistou nos últimos anos, depois que a Operação Lava-Jato escancarou
as entranhas do poder durante a era petista. Analisadas as pesquisas de
opinião sobre o impeachment de Dilma Rousseff, não é difícil perceber
que o percentual de cidadãos a favor do PT mantém-se no mesmo patamar.
A grande questão em relação a Lula é saber se ele conseguirá chegar
em 2018 na condição de candidato ou estará atrás das grades no rastro de
uma condenação no âmbito do maior esquema de corrupção de todos os
tempos. Por enquanto, como a pesquisa é um mero retrato do momento, Lula
está a fazer fumaça para eventualmente interferir em decisões judiciais
nos processos em que é réu por corrupção e outros crimes.
Mesmo sendo muito cedo para tratar da sucessão presidencial, o
cenário revelado pela pesquisa traz outra informação importante.
Confirmando o que sempre afirmou o UCHO.INFO desde as preliminares da corrida presidencial de 2014, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), que na pesquisa aparece em quarto lugar em eventual disputa
eleitoral, foi não apenas um péssimo candidato, a ponto de ter sido
derrotado por uma adversária do naipe de Dilma, mas é pífio como líder
da oposição.
No momento em que saiu da disputa presidencial (2014) com 50 milhões
de votos na bagagem, Aécio Neves deveria ter chamado para si a
responsabilidade de comandar a oposição ao governo do PT, com direito a
viagens intensas e contínuas pelo Brasil. Além de não ter feito isso,
Aécio simplesmente submergiu na cena política, tendo se manifestado com
estranho atraso em ocasiões em que a política nacional exigia celeridade
de seus principais líderes.
Presidente nacional do PSDB, Aécio segue firme em sua disposição de
novamente concorrer à Presidência da República, mas com o partido
ocupando cada vez mais espaço no governo de Michel Temer, o tiro pode
sair pela culatra. De tal modo, Aécio precisa se definir sobre o que
fazer de agora em diante, caso queira manter os planos políticos. Mas há
um senão nessa epopeia política: a Lava-Jato aproxima-se perigosamente
de Aécio e do PSDB.
Esse quadro revela que se o PSDB sonha em voltar ao Palácio do
Planalto, o melhor caminho é escolher outro candidato, pois uma eventual
candidatura de Aécio Neves será novamente senha para a derrota. Isso
abre caminho para outros tucanos de fina plumagem, como Geraldo Alckmin,
governador de São Paulo, caso os tentáculos da Operação Lava-Jato não
alcancem o Palácio dos Bandeirantes. E a chance de isso acontecer não é
pequena.
Com a suposta saída de Alckmin do páreo, assumiria a vaga de
presidenciável tucano o prefeito da cidade de São Paulo, João Doria,
que, entende o UCHO.INFO, colocou o Palácio do Planalto em seus planos
para o ano de 2022. Porém, se convocado para 2018, Doria deverá aceitar a
missão se muitas firulas, desde que até lá faça uma boa administração
na maior e mais importante cidade brasileira, vitrine política nacional.DO UCHO.INFO
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