É
sempre temerário apostar em um nome como futuro vitorioso, e a própria
imprensa (re) descobriu essa terrível sensação bem recentemente, com seu
fiasco diante do baile que Donald Trump deu em vários grandes veículos.
Há formadores de opinião que até agora não encontraram o rumo de casa,
mantendo o discurso arrogante, como se a repetição de palavras tivesse o
poder de alterar a realidade.
A
coisa aqui, porém, é outra. Não se trata de pessoa ou partido, mas sim
de ideias. Em suma: os resultados eleitorais de 2016 deixam claro que,
pra vencer daqui a dois anos, será preciso adotar de verdade, e sem
medo, as pautas da direita.
Não apenas pautas econômicas anti-estatizantes, mas sobretudo algumas outras, como a segurança pública e o aborto.
Em
2010, e quem viveu aquele ano sabe bem como foi, chegou-se a PROIBIR um
debate sobre o aborto entre os candidatos. Diziam – claro, era a
esquerda quem alegava isso – ser “apelativo”. Sim, isso mesmo: seria
APELATIVO tratar de um tema de tal importância na eleição mais relevante
do país.
Agora, o jogo virou.
Em
primeiro lugar, porque as pautas mais conservadoras enfim ganharam
vigor no debate político em geral, mas também porque cabe justamente à
Presidência da República nomear ministros do STF, que afinal tratarão de
temas como esses.
Quando ainda
controlava a maior parte das colunas e tribunas da imprensa, bem como
quando tudo isso tinha mais relevância, a esquerda boicotava debates
desse tipo. Agora, já sem a mesma influência e com a ascensão da direita
também nesses espaços de debate, a tática falhará (como tem falhado
todo estratagema semelhante).
E o
resto será história: temos um povo majoritariamente conservador que,
afinal, poderá comparar candidatos quanto às bandeiras de seu interesse.
E, por óbvio, não vencerá quem defender o aborto, não vencerá quem
defender penas mais brandas, não vencerá quem defender a legalização das
drogas, não vencerá quem atacar a família, a igreja etc.
Nesse
sentido, também obviamente, terá a vitória quem fizer o exato oposto,
defendendo todas essas pautas que, sim, são parte fundamental de um
debate político democrático. E, não, jamais seriam “apelativas”.
Aquele
que tiver coragem para isso, enfrentando a fúria de meia dúzia de
colunistas já sem relevância, falará direto ao povo e, com isso, será
eleito.
ps – isso
não é opinião pessoal, até porque discordo de algumas dessas bandeiras,
mas seria desonesto dizer que o resto do país também discorda; no fim,
falta esse tipo de distanciamento a muitos analistas, que no geral
tratam suas convicções ideológicas como vontades do povo, mesmo quando
são opostas.
Fernando Gouveia é co-fundador do Implicante,
onde publica suas colunas às segundas-feiras. É advogado, pós-graduado
em Direito Empresarial e atua em comunicação online há 15 anos. Músico
amador e escritor mais amador ainda, é autor do livro de microcontos “O Autor”. DO IMPLICANTE
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