Desde o início de seu governo, ainda mesmo na
interinidade, mas seguindo após impeachment, Michel Temer mostrou-se
vacilante, proporcionando idas e vindas sobre medidas de seu governo. A
população que foi às ruas para defenestrar Dilma esperava dele medidas
duras de ajuste da Economia, mas também uma firme atuação de reforço às
investigações sobre a corrupção institucionalizada pelo PT e seus
asseclas.
Neste momento em que no Congresso fervilham projetos de
contenção das investigações, e até medidas que podem enterrá-las
definitivamente inclusive anulando condenações já proferidas, tudo o que
a população esperava dele seria uma declaração como a sugerida por
Josias de Souza: "Esclareço que o presidente da República também
participa do processo legislativo. A Constituição me faculta o poder do
veto. Assim, aviso aos apoiadores do governo: não aprovem nada que
afronte a ética ou comprometa o trabalho da Procuradoria e do
Judiciário. Para que os brasileiros durmam tranquilos, informo: se
aprovarem, eu vetarei."
No entanto, o que se ouviu dele no Roda Viva
foram declarações que o colocaram como um refém da banda podre da
política. Deixou no ar a impressão de que seu apoio à Lava Jato é
lorota. Aliás, a se fiar nas ações do líder de seu governo, André Moura,
e de um de seus assessores, Sandro Mabel, nota-se que muito antes de
apoiar a Lava Jato, seu desejo é mesmo o de "estancar a sangria" que ela
provoca entre os criminosos, pois o projeto de leniência que propuseram
literalmente enterraria a Lava Jato e extinguiria as penas já
proferidas em Curitiba.
Com essas ações, o político medíocre que
recebeu de presente a oportunidade de se transformar em um grande
estadista, ao invés disso expõe as limitações de seu caráter que o
impedem de assumir o papel de grande líder que o enfrentamento da crise
necessita, e poderá acabar por motivar a indignada população brasileira a
novas manifestações nas ruas.- DO BRASILDECENTE
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