Mendonça Filho diz que projeção é de R$ 15 milhões de prejuízo. Balanço do prejuízo será divulgado na quinta-feira (10).
O Ministério da Educação (MEC) diz que vai solicitar que o governo
federal acione na Justiça entidades estudantis para que elas paguem a
despesa extra provocada pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem).
A ocupação nas escolas provocou transtorno para 271 mil inscritos que
não puderam fazer as provas do Enem e que agora vão ter pela frente mais
um mês de expectatitva até a realização do novo exame, marcado para os
dias 3 e 4 de dezembro. Ao todo, segundo o Inep, as provas não puderam
ser aplicadas em 405 locais ocupados em 21 estados e no Distrito
Federal.
O movimento de ocupação também vai levar o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) - responsável
pela aplicação da prova - a refazer o trabalho de logística.
Como um novo exame não estava previsto, o instituto vai ter que
renegociar com todos os fornecedores o quanto cada um vai cobrar para
refazer parte do serviço. O prejuizo inicialmente vai ser bancado pelos
cofres públicos. O valor estimado até agora é de R$ 15 milhões. O valor
exato do quanto vai custar refazer parte do Enem deve ser divulgado até
quinta-feira (10).
Além da reforma do ensino médio, outro motivo alegado para a ocupação é
a proposta de emenda constitucional que limita os gastos do governo.
"Eu lamento profundamente que esse grupo pequeno de estudantes, muitas vezes manipulados por outro tipo de interesse possam prejudicar essa grande maioria"
"Uma das razões alegadas foi a reforma do ensino médio. Nós estamos
discutindo isso amplamente em todos os fóruns, seja educacionais, no
Legislativo, então eu acredito que há espaço para esse tipo de discussão
e de manifestação", disse Maria Inês Fini, presidente do Inep.
"Eu lamento profundamente que esse grupo pequeno de estudantes, muitas
vezes manipulados por outro tipo de interesse possam prejudicar essa
grande maioria", disse a presidente do Inep.
Ministro cobra medidas
O ministro da educação, Mendonça Filho, disse ao Jornal Hoje
que respeita as divergências de opiniões. Mas Mendonça Filho garante
que o governo já identificou as entidades que atuaram de forma a
incentivar as ocupações inviabilizando o Enem e que vai acionar a
Advogacia Geral da União para ajuizar ações de ressarcimento contra
essas entidades.
“A rigor, a análise jurídica fica a cargo da AGU, e nos levaremos para
AGU, apresentaremos para a AGU, os elementos que comprovam a atuação
dessas entidades, e essa caracterização tem que ser demonstrada
juridicamente”, afirmou.
“Ela (caracterização da responsabilidade) muitas vezes não é fácil
porque as entidades elas se escondem através de atuações que são muitas
vezes não muito claras e evidenciadas das suas manifestações durante a
mobilização para ocupação das escolas e invasões de escolas. Mas, ao
mesmo tempo, a gente tem a obrigação legal e moral de buscar demonstrar
essa caracterização, porque a atuação foi inclusive clara do ponto de
vista de manifestações públicas em defesa desta tese, ou seja, de ocupar
para inviablizar, inclusive, a aplicação de provas para o Enem”, disse o
ministro.
"A gente tem a obrigação legal e moral de buscar demonstrar essa caracterização, porque a atuação foi inclusive clara do ponto de vista de manifestações públicas em defesa desta tese, ou seja, de ocupar para inviablizar, inclusive, a aplicação de provas para o Enem"
Para diminuir o risco de novos problemas, as provas nos dias 3 e 4 de
dezembro vão ser aplicadas em locais em que o Inep tem certeza de que
não há risco de serem ocupados DO G1
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