Ministério Público Federal aponta evidências de que a mulher de Cabral usou escritório para lavar dinheiro sujo destinado ao marido
O anel no valor de 800 mil reais dado por Cavendish à esposa de Sérgio Cabral, Adriana AncelmoO juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, determinou nesta segunda-feira o bloqueio de bens imóveis da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, e do escritório de advocacia dela, o Ancelmo Advogados. O pedido dos bloqueios havia sido feito pelo Ministério Público Federal.
(Reprodução)
Segundo as investigações da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que levou Cabral à cadeia, há evidências de que a ex-primeira dama recebeu dinheiro de operadores financeiros do ex-governador e teria usado seu escritório de advocacia para lavar dinheiro de propina destinado ao marido. Ela foi alvo de condução coercitiva na Calicute, que também cumpriu mandado de busca e apreensão no Ancelmo Advogados.
“Com o aprofundamento das investigações, foi identificada a participação mais efetiva da investigada Adriana Ancelmo na atividade da suposta organização criminosa. Motivo pelo qual, tornou-se medida necessária a decretação do bloqueio de seus bens imóveis, em especial no que diz respeito à aquisição de grande quantidade de joias de altíssimo valor, normalmente em dinheiro vivo, pela própria investigada ou por interpostas pessoas, nas principais joalherias do Rio de Janeiro”, escreveu Marcelo Bretas no despacho desta segunda-feira.
Os investigadores do MPF acreditam que Sérgio Cabral lavou parte dos 220 milhões de reais desviados de contratos públicos de sua administração com a compra de joias. O ex-governador era cliente assíduo de três das joalherias mais badaladas do Rio: H. Stern, Antônio Bernardo e Sara Joias.
A receita do Ancelmo Advogados, também afetado pela decisão de Bretas, chegou a 73,1 milhões de reais – um salto de 457% -, entre o início e o fim das duas gestões do peemedebista no estado, entre 2007 e 2014. O lucro declarado foi de 23,2 milhões de reais.
Contrataram o escritório de “Riqueza”, apelido pelo qual Cabral chama a esposa, concessionárias de serviços públicos. São os casos do Metrô Rio, que repassou 1,9 milhão de reais ao escritório, a CEG, que desembolsou 865.653 reais, a Oi/Telemar, que pagou 10,5 milhões de reais, e a Light, que fez pagamentos de 3,5 milhões de reais ao Ancelmo Advogados.
Na semana passada, Adriana Ancelmo e seu escritório já haviam sido alvos do bloqueio de 11 milhões de reais pelo Banco Central, a pedido do juiz federal Sergio Moro. 28 nov 2016 - DO R.DEMOCRATICA
Operação Lava Jato: Justiça Federal bloqueia bens da Odebrecht e OAS
A Justiça Federal em Curitiba determinou o bloqueio dos bens das empreiteiras Odebrecht e OAS, empresas investigadas na Operação Lava Jato. De acordo com a decisão, as construtoras deverão depositar mensalmente em juízo a quantia de 3% do faturamento, valor referente ao percentual de propina que teria sido cobrada em contratos da Petrobras.O pedido de bloqueio foi solicitado pela Advocacia-Geral da União (AGU) para garantir o ressarcimento dos cofres públicos após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou superfaturamento de R$ 2,1 bilhões nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O bloqueio também atinge o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. No caso dos acusados, veículos, obras de arte e outros bens móveis ficarão indisponíveis.
A Agência Brasil entrou em contato com as empreiteiras e aguarda retorno. DA EBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário