Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
O jornal alemão "Die Zeit" foi exato na constatação de que o Brasil é submetido a um "Governo de Gangsters". O crime institucional e ideologicamente organizado tem hegemonia por aqui, com ares quase absolutos, porque o judiciário falha no cumprimento do papel de moderador republicano. Além de ampliar e consolidar a cultura da corrupção, a impunidade dos políticos criminosos inviabiliza o País e, mais grave ainda, legitima a injustiça.
Magistrados conscientes sabem que a judicialização da política é um dos processos mais perigosos para prejudicar e inviabilizar a Democracia - a Segurança do Direito. Na política, é temerário fazer Justiça com dois pesos e duas medidas diferentes para situações de gravidade institucional idêntica. Por isto, o Supremo Tribunal Federal tem o dever legal e moral de dar uma resposta rápida, eficaz, justa e perfeita à maioria da sociedade que cansou de ser assaltada, roubada e prejudicada pelos gangsters nos governos.
Basta de demora, postergação e mi-mi-mi! Guardião de nossa Constituição - que a mediocridade cultural brasileira transforma em foro privilegiado para julgar bandidos da politicagem -, o STF tem o dever moral de acelerar o julgamento de problemas que envolvem o Presidente do Congresso Nacional. Existem vários motivos concretos para o afastamento de Renan Calheiros. Não vale a desculpinha de que uma decisão contra ele pode afetar a governabilidade do temporário Michel Temer.
Foi apenas uma gotinha de urina no oceano de merda a divulgação das conversas de Renan com o delator Sérgio Machado (ex-Presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras enlameada pela corrupção). Eduardo Cunha foi temporariamente afastado da Presidência da Câmara, depois de ser o algoz-gerenciador do começo do processo de impedimento da Presidenta Dilma - também afastada por decisão soberana da maioria dos deputados. A mesma regra clara que afastou Cunha deveria ser aplicada contra Renan.
A situação política da Presidenta
afastada Dilma Rousseff tem tudo para se agravar do impedimento quase certo (com
desfecho provável em agosto) para um processo criminal. O Procurador-Geral da
República, Rodrigo Janot, já enviou parecer ao STF considerando legais os
conteúdos das conversas telefônicas interceptadas entre a Presidenta Dilma e Presidentro
e líder máximo Luiz Inácio Lula da Silva. O STF precisa agilizar a apreciação
sobre a legalidade dos grampos que mexem com Dilma e Lula. O STF está demorando
demais...
Também é imperdoável a demora em
devolver à primeira instância, no caso à 13a Vara Federal em Curitiba, pelo
menos um dos inquéritos que apuram a tentativa de Lula em obstruir a ação do
judiciário nos processos da Lava Jato. Lula não tem foro privilegiado. O
afastamento de Dilma prejudicou a manobra jurídica de nomear Lula para
ministro-chefe da Casa Civil, apenas para assegurar o questionável "direito"
de Lula escapar da vara do Sérgio Moro. Os ministros do SYF deveriam levar em
conta que a maioria esmagadora da sociedade brasileira considera vergonhoso
este "privilégio" de tratamento dado a Lula - cujo Instituto o
proclama como "inocente de tudo" e "vítima de uma grande
injustiça"...
O STF tem de dar respostas mais
rápidas à sociedade. A providencial morosidade a favor de políticos sob
suspeita é uma aberração judicial. Ladrões de galinha ou qualquer outra vítima
de alguma forma de "rigor seletivo" são sacrificados, desmoralizados
e punidos, em velocidade supersônica, no Brasil sob desgovernança do crime
organizado. A mais alta corte do judiciário brasileiro precisa dar o bom
exemplo com celeridade, eficiência e eficácia.
Os bons exemplos no judiciário
frutificam. Não é à toa que o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, promete ir
a Curitiba, na semana que vem, acompanhado do Diretor-Geral da Polícia Federal,
Leandro Daiello, para reiterar ao juiz Sérgio Moro e à Força Tarefa da Lava
Jato que o governo do Presidento interino Michel Temer apóia toda a operação de
Limpeza. Moraes e Daiello vão assegurar a manutenção de todos os policiais e
técnicos que atuam no caso. O gesto politicamente simbólico é para deixar claro
que o peemedebista Temer não pensa em impedir ou atrapalhar as investigações -
conforme algum grampo indiscreto de delator premiado possa vir a sugerir.
Resumindo: Não dá mais para brincar
com a impunidade. Os tribunais superiores do judiciário brasileiro precisam
comprovar, com atitudes e decisões, o compromisso no combate à corrupção. A
guerra do fim dos imundos, de todos contra todos, contará com muitos
"machados" para cortar cabeças a prêmio...
Enfim, a maioria da sociedade
brasileira quer saber quando o judiciário, efetivamente, vai punir e impedir o
governo dos gangsters.
Se demorar muito, vamos tomar outro "7
a 1" simbólico dos rigorosos jornalistas alemães dos Die Zeit da vida...DO ALERTATOTAL
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