Decano do STF afirmou ainda estranhar as declarações da presidente a jornalistas estrangeiros, de que é vítima de um processo sem base legal
Ministro e decano do STF, Celso de Mello
(Carlos Humberto/SCO/STF/Divulgação)
O
ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF),
afirmou nesta quarta-feira que a presidente Dilma Rousseff e a sua
defesa cometem um "gravíssimo equívoco" ao tratar o processo de
impeachment como um golpe. (Carlos Humberto/SCO/STF/Divulgação)
"Ainda que a presidente veja a partir de uma perspectiva pessoal a existência de um golpe, na verdade, há um gravíssimo equívoco, porque o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal já deixaram muito claro o procedimento de apurar a responsabilidade política da presidente", disse o ministro ao chegar à corte para a sessão que iria deliberar sobre a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil. Segundo o magistrado, o processo de impedimento está respeitando, até o presente momento, todo o itinerário estabelecido na Constituição e tem transcorrido em um clima de "absoluta normalidade jurídica".
Questionado sobre as declarações de Dilma a jornalistas estrangeiros, entre as quais a de que o país tem um "veio golpista adormecido", Mello respondeu que é "no mínimo estranho" esse posicionamento, "ainda que a presidente da República possa, em sua defesa, fazer aquilo que lhe aprouver". "A questão é ver se ela tem razão", completou.
"Quadro de normalidade" - O ministro do STF Gilmar Mendes reforçou a opinião de Celso de Mello, dizendo que as decisões tomadas pelo Supremo sobre o rito do processo indicam que as regras do Estado de Direito estão sendo observadas. "Trata-se de um procedimento absolutamente normal dentro de um quadro de normalidade", afirmou o ministro.
Encabeçado pelo presidente do PMDB, Romero Jucá, lideranças pró-impeachment fizeram uma nota de repúdio à fala da presidente Dilma à imprensa internacional. Segundo o texto, Dilma tenta passar ao exterior a ideia de que é vítima em um processo no qual responde por crime de responsabilidade. 20/04/2016- DA VEJA.COM
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