sábado, 6 de fevereiro de 2016

Istoé revela dossiê secreto da PF sobre as relações espúrias de Renan Calheiros com a OAS

Na reportagem de capa que os jornalistas Marcelo Rocha e Débora Bergamasco assinam na revista Istoé de hoje, ressalta a informação de que termina nesta semana o prazo concedido à Polícia Federal pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), para a conclusão do inquérito que relaciona o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao esquema do Petrolão. Nele, Renan é suspeito de ser beneficiário de propina desviada da Petrobras. 
A julgar pelo que os investigadores conseguiram desvendar até agora, o presidente do Senado terá dificuldades para escapar da denúncia. 
Leia a reportagem:
Obtido por ISTOÉ, relatório produzido pela PF no Paraná, a partir do conteúdo encontrado num celular do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, – condenado a 16 anos de prisão por, entre outras razões, pagar propina a políticos –, é explosivo. O material de 50 páginas indica uma série de mensagens trocadas entre Pinheiro e seus auxiliares, em que o empreiteiro demonstra intimidade com o presidente do Senado. Mais do que isso.
Trechos das conversas sugerem, de acordo com os investigadores, a influência exercida pelo empreiteiro sobre Renan, que à frente de uma das Casas do Congresso teria passado a atuar em sintonia com as conveniências da OAS – uma das empreiteiras do Petrolão que mais contribuíram para a campanha de seu filho ao governo de Alagoas. Os documentos em poder da PF indicam que Pinheiro possa ter influído para enterrar o projeto que proibia a doação privada a políticos bem como a CPI dos gastos com a Copa, temas considerados de suma importância para a empreiteira. Ambos dependiam da caneta e do prestígio político de Renan para serem sepultados. E foi exatamente o que ocorreu com as duas proposições entre 2013 e 2014. Da cadeira de presidente do Senado, Renan mandou-as para o arquivo.
As mensagens encontradas no celular de Pinheiro revelam que, para alcançar o seu objetivo de interferir em projetos de seu interesse no Congresso, o executivo da OAS participou de uma série de reuniões com Renan. Ao menos uma delas ocorreu no final de semana. Diz o relatório: “Uma breve análise das mensagens trocadas entre Leo Pinheiro e o usuário identificado por Renan Calheiros reflete entre 2012 e 2014 ao menos 06 pedidos para encontro ou contato, 02 comunicações que indicam que um interlocutor (de Pinheiro) estava ou estaria logo em um determinado local, 03 agradecimentos de Leo Pinheiro para Renan Calheiros e 14 citações de notícia de Renan no email de Leo Pinheiro”.
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