sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Como um ex presidente com salário mensal de R$ 13.000,00 (Treze mil
reais), tem mais de R$ 52 milhões (cinquenta e dois milhões) de Reais em
apenas uma conta na Suiça? E essa conta é a que foi descoberta.
E se existirem outras contas secretas? Como uma pessoa apresenta esse
patrimônio incompatível com sua história e vida e ainda não foi preso,
processado ou teve os bens bloqueados?
Há duas semanas, analistas do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, mais conhecido pela sigla a na Suiça Coaf, terminaram o
trabalho mais difícil que já fizeram. O Coaf, subordinado oficialmente
ao Ministério da Fazenda, é a agência do governo responsável por
combater a lavagem de dinheiro
no Brasil. Reúne, analisa e compartilha com o Ministério Público e a
Polícia Federal informações sobre operações financeiras com suspeita de
irregularidades. Naquela sexta-feira, dia 23 de outubro, os analistas do
Coaf entregavam à chefia o Relatório de Inteligência Financeira
18.340. Em 32 páginas, eles apresentaram o que lhes foi pedido: todas
as transações bancárias, com indícios de irregularidades, envolvendo,
entre outros, os quatro principais chefes petistas sob investigação da
PF, do Ministério Público e do Congresso.
Eis o quarteto que estrela o relatório: Luiz Inácio Lula da Silva,
ex-presidente da República, líder máximo do PT e hoje lobista; Antonio
Palocci, ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff,
operador da campanha presidencial de 2010 e hoje lobista;Erenice Guerra,
ministra da Casa Civil no segundo mandato de Lula, amiga de Dilma e
hoje lobista; e, por fim, Fernando Pimentel, ministro na primeira gestão
Dilma, também operador da campanha presidencial de 2010, hoje
governador de Minas Gerais. O Relatório 18.340, ao qual ÉPOCA teve
acesso, foi enviado à CPI do BNDES. As informações contidas nele
ajudarão, também, investigadores da Receita, da PF e do MP a avançar nas
apurações dos esquemas multimilionários descobertos nas três operações
que sacodem o Brasil: Lava Jato, Acrônimo e Zelotes. Essas
investigações, aparentemente díspares entre si, têm muito em comum.
Envolvem políticos da aliança que governa o país e grandes empresários.
No caso da CPI do BNDES, os parlamentares investigam as suspeitas de que
os líderes petistas tenham se locupletado com as operações de financiamento do banco, sobretudo as que beneficiaram o cartel de empreiteiras do petrolão.
Somente
Lula tem em uma conta na Suiça, o equivalente a R$ 53 milhões de reais,
um patrimônio incompatível para o salário de um ex-presidente e
ex-metalúrgico. Vale lembrar que o salário presidencial de Luis Inácio
Lula da Silva era de R$ 13,000,00 (Treze mil reais). No total Lula
recebeu R$ 124.000,00 (cento e vinte e quatro mil reais) em 8 anos de
governo. Como pode ter R$ 53 milhões em apenas uma conta? Ser
palestrante não é capaz de somar essa quantia em 8 anos de trabalho.
Ao todo, foram examinadas as contas bancárias e as aplicações
financeiras de 103 pessoas e 188 empresas ligadas ao quarteto petista.
As operações somam – prepare-se – quase meio bilhão de reais. Somente as
transações envolvendo os quatro petistas representam cerca de R$ 300
milhões. Palocci, por exemplo, movimentou na conta-corrente de sua
empresa de consultoria a quantia de R$ 185 milhões. Trata-se da maior
devassa já realizada nas contas de pessoas que passaram pelo governo do
PT. Há indícios de diversas irregularidades. Vão de transações
financeiras incompatíveis com o patrimônio a saques em espécie, passando
pela resistência em informar o motivo de uma grande operação e a
incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.
O Coaf não faz juízo sobre as operações. Somente relata movimentações
financeiras suspeitas de acordo com a lei e regras do mercado, como
saques de dinheiro vivo na boca do caixa ou depósitos de larga monta que
não tenham explicação aparente. O Coaf recebe essas informações
diretamente dos bancos e corretoras. Eles são obrigados, também nos
casos previstos em lei, a alertar o Coaf de operações “atípicas”
envolvendo seus clientes. É obrigação do Coaf avisar as autoridades
sobre operações suspeitas de crimes. A lavagem de dinheiro existe para
esquentar recursos que tenham origem ou finalidade criminosa, comopagamentos
de propina. Não cabe ao Coaf estipular se determinada transação é
ilegal ou não. Cabe a ele somente informar a existência dessa transação
às autoridades competentes, caso essa transação contenha características
de uma operação de lavagem de dinheiro. Foi isso que o Coaf fez no caso
do quarteto petista. Cabe agora à PF, ao MP e ao Congresso trabalhar
detidamente sobre as informações reveladas pelo Coaf.
Reportagem e Denúncia da Revista Época
Com colaboração da REDE GNI
Com colaboração da REDE GNI
DO ZÉ LUIS F.OLIVEIRA
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