Terça-feira, novembro 10, 2015
Sara hoje é a favor da vida |
A
feminista Sara Winter, conhecida nacionalmente
por participar de protestos a favor do aborto e participar de programas de TV
defendendo a liberdade de decisão das mulheres sobre suas escolhas, publicou
em sua página no Facebook dois relatos sobre mudanças significativas de opinião
em relação aos temas que fazem parte dos principais debates na sociedade. No
primeiro artigo, Sara Winter expressa que após seu primeiro aborto, se arrependeu
amargamente, e que após engravidar novamente decidiu levar a gestação até o fim,
e agora é contra o aborto. Com o nascimento do filho, a feminista disse que
decidiu também expor sua opinião contra a ideologia de gênero, que prega que
uma pessoa pertence ao gênero que escolher, não ao qual nasceu. Junto com a
corajosa exposição de sua mudança de opinião sobre o aborto, Sara pediu perdão
às pessoas que se sentiram ofendidas com sua postura ao longo dos anos sobre o
tema: “Eu me arrependi de ter abortado e hoje peço perdão. Meu texto começa
assim. Porque é a síntese de tudo o que eu sinto. Amanhã faz um mês que meu
bebê nasceu e minha vida ganhou um novo sentido. Estou escrevendo isso enquanto
ele dorme sereno no meu colo. É a melhor sensação do mundo”, escreveu a
feminista. “A minha experiência de ter quase perdido a vida, de ter tido
sequelas, pesadelos horríveis e de quase ter perdido meu bebê me tornou uma
mulher contra o aborto. Isso mesmo,
eu Sara Winter, sou contra o aborto.”
Sobre
a ideologia de gênero, Sara expressou o que parece ser o entendimento da
maioria das pessoas sobre o tema: “Eu não acredito que uma pessoa possa se
identificar com um gênero e a partir de então pertencer a ele. Ou seja, essa
ladainha de ‘eu sou mulher porque me sinto mulher’, eu não acredito e não
apoio. Pra mim mulher é quem nasce com vagina e homem é quem nasce com pênis. Atenção
aqui: eu não tenho absolutamente nada contra pessoas transexuais, eu só não
acredito que trocar de roupas, colocar silicone e fazer a transição com
hormônios e cirurgia possa mudar o gênero de alguém”, escreveu.
Em
relação à forma de escrita adotada por muitos ativistas, Sara Winter destacou
que é contra, pois sob um pretexto de inclusão resulta na exclusão de outros:
“Meu filho é filho. Eu não concordo mais com essa besteira de filhx, e ficar
usando o x (linguagem inclusiva), até porque é uma linguagem elitista. É
difícil de ler, de entender e explicar para as pessoas”, opinou.
Confira
trechos do relato da feminista Sara Winter sobre o aborto:
“EU
ME ARREPENDI DE TER ABORTADO E HOJE PEÇO PERDÃO. Meu texto começa assim. Porque
é a síntese de tudo o que eu sinto. Amanhã faz um mês que meu bebe nasceu e
minha vida ganhou um novo sentido. Estou escrevendo isso enquanto ele dorme
sereno no meu colo. É a melhor sensação do mundo.
“Eu
ensaiei este texto milhares de vezes durante meses na minha mente e talvez ele
não saia tão brilhante como eu gostaria que saísse, mas o mais importante que
gostaria de que chegasse a vocês é que, por favor, mulheres que estão
desesperadas para abortar, pensem muito, eu me arrependi muito, não quero o
mesmo destino pra vocês.
“Eu
sou feminista e sempre serei. Isso significa que eu quero e luto pra que
mulheres tenham os mesmos direitos e acesso a políticas públicas específicas [...]
“Um
dos maiores problemas que tive contato com o feminismo nesses meus 3 anos e
meio de militância foi o INCENTIVO AO ABORTO. Não estamos falando de pessoas
que militam para que o aborto seja legalizado, estamos falando aqui, de
mulheres que organizam grupos online para DISTRIBUIÇÃO DE CYTOTEC (misoprostol
– droga abortiva proibida no Brasil). Estamos falando de mulheres brancas e de
classe média que se unem para comprar essa droga para outras mulheres,
inclusive meninas menores de idade. Estamos falando de mulheres que incentivam
o abortamento e acreditam que o método é uma forma de empoderamento da mulher. Eu
caí nessa ladainha. Eu quase morri.
“Uma
feminista me deu a droga, e eu, num momento de desespero, abortei. A mesma
feminista sequer me avisou sobre o pós-procedimento, mais conhecido como
CURETAGEM. Não me deu qualquer suporte emocional, qualquer ombro amigo. Dez
dias depois eu sangrei até quase morrer e tive sequelas gravíssimas.
“Ironia
do destino ou não, quem me ajudou foi um HOMEM que de pró-feminista não tinha
nada.
“Eu
não estou falando que toda feminista faz isso, veja bem, mas muitas fazem e
essas são a escória irresponsável do movimento, e que na minha opinião deveriam
ser presas por tráfico de drogas e tentativa de homicídio. Isso não aconteceu
apenas comigo, isso acontece todos os dias. O aborto clandestino não é seguro.
“Eu
recebi um laudo médico de que se eu desejasse engravidar novamente teria de
fazer ANOS E ANOS de tratamento. Fiquei arrasada, um arrependimento terrível
tomou conta de mim [...]
“Sete
meses depois de abortar eu engravidei novamente. Essa foi a maior felicidade da
minha vida. Mesmo sabendo que o progenitor não iria me ajudar com absolutamente
nada, Deus me deu uma segunda chance.
“Infelizmente
por conta do aborto meses antes, minha gravidez foi de alto risco nos primeiros
meses. O medo de perder meu bebê me assombrava todos os dias. Tive
sangramentos, tive que ficar de repouso por dias, interromper todas as minhas
atividades, foi um verdadeiro martírio.
“O
tempo todo eu pensava: ‘Por que aquela feminista que me deu cytotec não me
falou que eu poderia morrer tomando isso?’, se eu que sou ativista feminista e
tenho acesso à internet era completamente ignorante no assunto, imaginem
mulheres que não têm esse mesmo privilégio?
“Eu
escrevi algumas vezes isso no meu perfil pessoal e fui atacada por feministas
que me chamaram de pró-vida, e disseram que a decisão foi minha de abortar e
que eu estou sujando o movimento contanto isso. Mas as pessoas precisam saber
da verdade. O feminismo deveria se concentrar mais em salvar mulheres do
que colocar a vida delas em risco. [...]
“A
minha experiência de ter quase perdido a vida, de ter tido sequelas, pesadelos
horríveis e de quase ter perdido meu bebê me tornou uma mulher CONTRA O ABORTO.
Isso mesmo, eu Sara Winter, sou CONTRA O ABORTO. [...]
“Para
as pessoas que não têm um pingo de vergonha na cara e têm me mandado mensagens
e comentários chamando meu filho de ESTUPRADOR, eu imploro que parem. Uma
criança não tem nada a ver com as atitudes ou passado da mãe. PAREM. Meu filho
merece todas as energias positivas do mundo e merece crescer de maneira
saudável fisicamente e mentalmente. Não façam mal a ele.
“Para
todas as pessoas que eu possa ter vindo a ofender sobre o assunto de aborto, eu
peço, sem qualquer ressentimento: me perdoem.”
Sara
Winter, 14 de outubro de 2015.
Confira
a íntegra do relato dela sobre a ideologia de gênero:
MEU
FILHO É XY E SOU MUITO FELIZ COM ISSO
“Algumas
pessoas têm comentado aqui na page sobre o que eu acho da teoria de gênero. Quero
deixar claro que há mais de um ano eu mudei minha concepção de gênero. Eu não
acredito que uma pessoa possa se identificar com um gênero e a partir de então
pertencer a ele. Ou seja, essa ladainha de ‘eu sou mulher porque me sinto
mulher’, eu não acredito e não apoio. Pra mim mulher é quem nasce com vagina e
homem é quem nasce com pênis.
Nos tempos de militância |
“ATENÇÃO
AQUI: eu não tenho absolutamente nada contra pessoas transexuais, eu só não
acredito que trocar de roupas, colocar silicone e fazer a transição com
hormônios e cirurgia possa mudar o gênero de alguém.
“Cada
pessoa é livre para acreditar no que quiser e eu acredito nisso. E se pessoas
transexuais se sentem melhor e mais confortáveis assim, pois que assim sejam e
merecem respeito e segurança, mesmo que eu ou qualquer outro não acredite na
teoria de gênero.
“Não
se ‘vira’ mulher quando se passa batom, coloca silicone e começa a falar fino.
Ser mulher é MUITO MAIS DO QUE ISSO. Assim como duvido muito que uma mulher que
coloque roupas largas e corte o cabelo terá privilégio que homens têm, como
ganhar um salário 30% maior, ter mais segurança na rua...
“Portanto,
meu filho é filhO. Eu não concordo mais com essa besteira de filhx, e ficar
usando o x (linguagem inclusiva), até porque é uma linguagem elitista. É
difícil de ler, de entender e explicar pras pessoas. [...]
Eu
não comecei a pensar assim depois que tive meu filho, há mais de um ano; eu não
acredito em teoria de gênero, mas nunca comentei publicamente pois eu tinha
MEDO de retaliação das outras feministas. Hoje, não tenho mais.
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