Desafiado a provar o que disse, Bicudo pode ignorar cobranças farisaicas e seguir concentrado no pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Falarão por ele os envolvidos na roubalheira do Petrolão que aceitaram colaborar com a Justiça. Neste domingo, por exemplo, a manchete do Globo oficializou o mergulho no pântano do primogênito:
BAIANO DIZ QUE PAGOU CONTAS DO FILHO DE LULA.
“Baiano” é a alcunha de Fernando Soares, cujo acordo de delação premiada com os condutores da Operação Lava Jato foi homologado na sexta-feira por Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal. Um dos operadores do PMDB nas catacumbas infectas da Petrobras, o depoente confessou que desviou pelo menos R$ 2 milhões para o pagamento de despesas pessoais de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha.
Sim, ele mesmo: o Lulinha que em 2005 embolsou R$ 5,2 milhões para vender à Telemar parte das ações de uma empresa de fundo de quintal, a Gamecorp, que montara um ano antes em parceria com dois amigos, ainda engatinhava no ramo de jogos eletrônicos e não valia mais que R$ 100 mil. Com as bênçãos do presidente, os sócios improváveis ganharam bastante dinheiro.
A Telemar não parou de engordar até incorporar-se ao que hoje é a Oi. O patrimônio de Lulinha agora rima com a barriga de caipira que acertou a Mega Sena. Segundo o pai, a cara apalermada camufla um Ronaldinho da informática. Faz sentido: desde que entrou em campo, Lulinha vive fazendo golaços — quase sempre muito lucrativos.
A jogada que desembocou na tabelinha em impedimento com Baiano confirma a suspeita de que o ex-monitor de zoológico virou especialista em gol de mão. Como o pai. Se for mantida na mira de bons juízes, boa parte da família vai levar cartão vermelho. 11/10/2015 DO R.DEMOCRATICA
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