ntes mesmo de ser anunciada formalmente, a reforma ministerial de
Dilma Rousseff sofreu seu primeiro revés. Em manifesto divulgado nesta
quinta-feira, 22 deputados do PMDB desautorizaram os acertos firmados
pelo líder Leonardo Picciani (RJ) para obter da presidente vagas
adicionais na Esplanada. O grupo rebelde corresponde a 33% da bancada do
PMDB na Câmara, composta de 66 deputados.
“Discordamos de
qualquer negociação de cargos no governo, a qualquer título”, anota o
texto assinado por um terço da representação do PMDB na Câmara. “Não é
com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada,
e sim com posturas que recuperem a credibilidade perdida.”
Os
signatários do documento deixam claro que não se deixarão influenciar
pela reforma de Dilma. “Nosso posicionamento em plenário não dependerá
desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso que é com a
nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da população,
expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso país.”
Vai abaixo a íntegra do manifesto:
Nosso
país sofre uma das mais graves crises econômicas de sua história. Ela é
resultante de escolhas erradas das politicas de Governo, e traz de
volta demônios que a Naçāo imaginava exorcisados: inflaçāo, desemprego,
desindustrializaçāo e total desarranjo das contas públicas.
A
crise ética avilta a Nação! A crise política alterna a condição de causa
e efeito do quadro emergencial que vivemos agora. Tais crises estão
ainda no seu início. Na raiz de tudo está uma condução do país errática,
desacreditada e que se enfraquece a cada dia. Agora o Governo, sem
apontar um caminho claro, rende-se a um jogo político pautado pela
pressão por cargos, num leilão sem qualquer respaldo em projetos ou
propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperança para o povo
brasileiro.
Diante desse quadro, nós integrantes da bancada do
PMDB, nos manifestamos no anseio de que o nosso partido seja chamado à
reflexão e ofereça outro tipo de contribuição ao Brasil:
1.
Embora participando da base do governo federal, nos últimos anos, e
tendo o vice-presidente da República, o PMDB nunca foi sequer convidado a
participar das decisões governamentais que levaram a essas crises. As
decisões políticas estratégicas nacionais, ao longo desses últimos anos ,
foram tomadas exclusivamente pelo PT, determinando a situação atual.
2.
Discordamos de qualquer negociação de cargos no governo, a qualquer
título. Não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve
ser enfrentada, e sim com posturas que recuperem a credibilidade
perdida.
3. Nosso posicionamento em plenário não
dependerá desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso que
é com a nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da
população, expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso
país.
4. queremos, dentro do Partido e com a
sociedade, debater e apontar soluções para o país, que reduzam a máquina
pública e retomem o desenvolvimento econômico e social para os
brasileiros.“ DO JOSIASDESOUZA-UOL
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