domingo, 12 de julho de 2015

DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
12 DE JULHO DE 2015
Enrolada nas pedaladas fiscais, Dilma Rousseff reclama com aliados que está nas mãos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ela tem razão em se preocupar. Cunha vive às turras com o PT, que o hostiliza, e será ele quem analisará a admissibilidade de eventual pedido de impeachment. E quem o conhece sabe que se ele colocar o caso em votação, no plenário, dificilmente Dilma escapará. É o que a apavora.
Na admissibilidade, Eduardo Cunha pode levar em conta provas de corrupção ou condições efetivas de Dilma continuar governando o País.
Políticos de proa como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) temem que o pretexto para impeachment pode ser a falta de governabilidade.
Há três ameaças contra Dilma: a rejeição das contas no TCU, denúncia por crime financeiro e dinheiro roubado da Petrobras em sua campanha
Como a votação de cassação de mandato é aberta, os deputados da base aliada consideram que seria impossível apoiar Dilma ao vivo, pela TV.
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) já recebeu, por meio do Mais Médicos, mais de R$ 4,3 bilhões do governo federal. Alvo de graves denúncias de uso do programa como fachada para financiar a ditadura cubana, a Opas repassava aos médicos apenas 10% dos R$ 11 mil pagos por cada profissional, levando quase cinquenta cubanos a desertarem e fugirem do Brasil para não correrem risco de deportação.
Vídeo da TV Band mostrou negociações entre representantes do Ministério da Saúde e da Opas discutindo como acobertar o esquema.
Depois das denúncias, a Opas começou a pagar R$ 3 mil aos médicos cubanos, quatro vezes menos do que recebem os de outros países.
A Opas já levou mais de R$ 1 bilhão em 2015, demonstrando que o acordo com os irmãos Castro não sofre com o arrocho do governo.
O PMDB se reuniu na noite de sexta (10), no Rio, sob a desculpa de discutir com o prefeito Eduardo Paes “os próximos passos” do partido. Na verdade peemedebistas tentaram convencer o vice Michel Temer a deixar a articulação política do governo, para afundar Dilma de vez.
Deputados aliados ao governo andam tão pessimistas quanto Dilma, em relação ao tempo que lhes resta de governo. No ritmo atual, eles acham que Dilma não vai “emplacar” nenhum candidato em 2016.
Ao descontar a inflação, o PIB de R$ 5,5 trilhões em 2014 equivale a menos que os R$ 4,3 trilhões registrados em 2011, quando Dilma assumiu a Presidência, mesmo com a nova metodologia de cálculo.
Em Paris, certa vez, o ator Omar Sharif, falecido sexta-feira (10), fez parte do grupo de “brazucas” que agitava a boate Regine’s, de Regine Choukrum. Ela, depois, chegou até a abrir filial no Rio de Janeiro.
O Planalto abriu licitação de R$ 86,6 mil para dar cabo a insetos e outros bichos que circulam no palácios oficiais. Mais da metade, R$ 51,1 mil, é para dedetização dos locais de trabalho e moradia de Dilma.
Com a popularidade em um dígito (9% no Ibope mais recente), a presidente Dilma já percebe uma crescente fuga de apoio no Congresso. Poucos ainda topam se associar à imagem dela.
No PMDB, principal aliado do governo Dilma, só há dois “caciques” que ainda defendem a presidente Dilma: o vice-presidente Michel Temer, articulador-geral, e o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
Nem os petistas apostam no governo Dilma. Questionada se achava o governo bom, a deputada Érika Kokay (DF) insistiu na cantilena de que faltam reformas política e econômica. Justamente as que o PT não fez.
O Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro lança nesta segunda (13) campanha contra o contrabando. Brasília será inundada por faixas, cartazes e outdoors.

NO ANTAGONISTA
Brasil 12.07.15 08:12 
Quando Ricardo Pessoa acusou a campanha de Dilma Rousseff de embolsar propina da Petrobras, a presidente reuniu seus asceclas e disse, segundo a Folha de S. Paulo:
"Não sou eu quem vai pagar por isso. Quem fez que pague".
Ela disse também: "Eu não vou pagar pela merda dos outros"...
Ela faz, você paga 
Brasil 12.07.15 08:37 
A propósito da fazenda de Lula, registrada em nome de seu laranja, Jonas Suassuna, e reformada pelo dono da OAS, Leo Pinheiro, leia o que foi publicado na IstoÉ:
"Apesar do nervosismo com a delação de Ricardo Pessoa, da UTC, Lula teme mesmo a eventual colaboração de Leo Pinheiro, da OAS. Ele cuidava das despesas pessoais do presidente, de seus familiares e de seus amigos. Metódico, Pinheiro tinha o hábito de registrar toda e qualquer ajuda concedida"...

Brasil 12.07.15 07:43 
O Antagonista imaginou que, depois de noticiar o encontro clandestino entre Dilma Rousseff e Ricardo Lewandowski, em Portugal, a imprensa vomitasse no Palácio do Planalto e no STF.
Nada disso aconteceu. Só Josias de Souza ficou tão enojado quanto nós...

Brasil 12.07.15 07:33 
Jonas Suassuna brigou com Lulinha.
Jonas Suassuna é o empresário que hospeda Lulinha num apartamento de 6 milhões de reais e que aceitou ser laranja de Lula na compra de sua fazenda em Atibaia. Quanto a Lulinha, Lulinha é apenas Lulinha...
Lulinha é Lulinha

Brasil 12.07.15 06:11 
Elio Gaspari disse que “um dos mais talentosos criminalistas de São Paulo, advogado de empreiteiras, reconheceu há algumas semanas que até agora o trabalho do juiz Sergio Moro não deixou brechas para a anulação de suas sentenças nas instâncias superiores”...

Brasil 12.07.15 06:04 
Se tiver suas contas rejeitadas pelo TCU, Dilma Rousseff vai recorrer ao STF. Segundo o Estadão, o governo vai alegar que o julgamento no TCU tem de ser anulado porque o ministro Augusto Nardes “constrangeu” seus colegas de tribunal ao antecipar seu voto em entrevistas.
O Brasil realmente apodreceu...
Os poderes separados se juntaram em Portugal
NO BLOG DO CORONEL
Domingo, 12 de julho de 2015
É escandaloso o que revela a Folha de hoje, como Veja já havia denunciado meses atrás. A última vez que o Congresso julgou as contas de um presidente foi em 2002, quando aprovou a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Aliás, como o fez nos anos anteriores dos seus mandatos. Depois disso, estamos no ano 13 do PT na presidência e jamais o Congresso julgou uma linha, uma vírgula, um centavo das contas das gestões Lula e Dilma. Isso explica a roubalheira do Mensalão, do Petrolão, do Eletrolão que vem aí e do BNDES cuja CPI está prestes a ser aberta. O mais incrível é que o PT inteiro se mobiliza, pressionando as instituições do Estado como TCU, AGU, CGU, TSE, STF e outras para encontrar ardis e mentiras que justifiquem os crimes cometidos por Dilma Rousseff e que podem levar ao seu impeachment. Até reuniões secretas realizadas em outros países estão sendo feitas, em flagrante desrespeito aos cidadãos deste país. Dilma cometeu crimes contra a Lei de Responsabilidade Fiscal que podem levar ao seu impeachment. Aliás, que a levariam ao impedimento se as instituições brasileiras não estivessem tão corrompidas, a começar por um Congresso Nacional que passa 13 anos sem julgar as contas dos governos. E a terminar por um STF cujo presidente esconde-se num hotel em Portugal para combinar os próximos passos para livrar a cara de uma meliante, de uma criminosa, de uma farsante.
NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 12/07/2015 05:36
Fachada do hotel em que Dilma se reuniu com Lewandowski e Cardozo, na cidade portuguesa do Porto
O que aconteceu na última terça-feira, dia 7 de julho, durante a passagem de Dilma Rousseff pelo Hotel Sheraton, na cidade portuguesa do Porto? Pode-se afirmar com 100% de certeza que lá, na elegante hospedaria, a presidente se encontrou com o comandante do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Pode-se declarar também, sem margem para dúvidas, que os três tentaram manter a reunião em segredo. Por último, é imperioso constatar que essa conversa, por disparatada, jamais deveria ter ocorrido.
Desde que o primeiro delator da Lava Jato começou a soar, a plateia esperava pelo sinal de que o fim, ou pelo menos a encrenca terminal que empurraria a cena para o caos, estivesse próximo. Aguardava-se o fato que justificasse o uso do ponto de exclamação que se escuta quando as pessoas dizem “não é possível!” Pois bem, o sinal foi dado. Esse episódio do encontro que se pretendia clandestino de Dilma com Lewandowski e Cardozo vai ficar, no enredo da tragicomédia nacional, como um marco da derrocada. De agora em diante, tudo é epílogo.
Depois de Paulo Roberto Costa, o Paulinho, já moveram os lábios outros 17 delatores. O mais recente foi Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC e coordenador do cartel que roubou pelo menos R$ 19 bilhões dos cofres da Petrobras. Antes dessa delação, Dilma silenciava sobre a Lava Jato. Era problema do PT. Por mal dos pecados, os depoimentos de Pessoa empurraram para dentro da caixa registradora da última campanha da presidente R$ 7,5 milhões roubados na Petrobras. E madame teve de dizer algo: “Não respeito delator”.
Dentro de dois dias, a Justiça Eleitoral tomará o depoimento de Ricardo Pessoa. E os R$ 7,5 milhões podem ser enfiados nas páginas de um processo em que o Tribunal Superior Eleitoral perscruta a prestação de contas da campanha de Dilma. O julgamento está previsto para setembro. Em tese, o veredicto pode levar à destituição de Dilma e do vice-presidente Michel Temer. Dessa decisão caberia um recurso para o STF de Lewandowski.
Outro assunto que pode morrer na Suprema Corte é o parecer que o Tribunal de Contas da União emitirá em agosto sobre a contabilidade do governo Dilma referente a 2014. São grandes, muitos grandes, enormes as chances de o TCU rejeitar a escrituração do governo. Algo que, no limite, poderia levar à abertura no Congresso de um processo de afastamento de Dilma pela prática de crime de responsabilidade.
Foi contra esse pano de fundo que Dilma conversou com Lewandowski e Cardozo em Portugal. Descobertos pelo repórter Gerson Camarotti, eles tentam emplacar uma fantasia que não nexo. Nessa versão, difundida pelo ministro da Justiça, sua chefe e o presidente do Supremo conversaram sobre o projeto que concedeu aos servidores do Judiciário reajuste salarial médio de 59,5%.
Veja bem: Dilma e Lewandowski trabalham em prédios vizinhos, um defronte do outro, com a Praça dos Três Poderes de permeio. Poderiam conversar sobre salários de servidores numa audiência oficial, em Brasília. Mas querem convencer a plateia de que, tendo cruzado o Atlântico, alguma razão inadiável levou-os a dialogar sobre a folha do Judiciário num furtivo encontro noturno, no faustoso hotel de Portugal. A esse ponto chegamos: o absurdo adquiriu uma doce, persuasiva, admirável naturalidade.
O brasileiro é um sujeito de poucos espantos. Horroriza-se pouco, é verdade. Mas convém não cutucar a paciência alheia com vara tão curta. Dilma estava a caminho da Rússia. Aterrissou em Portugal a pretexto de reabastecer o jato presidencial. Em vez de Lisboa, preferiu o Porto. Lewandowski e Cardozo estavam na cidade de Coimbra. Participavam de um seminário de nome sugestivo: “O Direito em Tempos de Incertezas.”
Na versão oficial, Lewandowski soube por Cardozo que Dilma faria escala em Portugal. E pediu ao ministro da Justiça que intermediasse o encontro com a presidente. Em Brasília, o mandachuva do STF poderia cruzar a praça a pé para chegar à sala de Dilma. Em Portugal, teve que vencer os cerca de 120 quilômetros que separam Coimbra do Porto. E querem que ninguém faça a concessão de uma surpresa. É certo que o brasileiro baniu dos seus hábitos o ponto de exclamação. Mas há limites para o cinismo.
Em agosto de 2007, quando a denúncia da Procuradoria da República sobre o escândalo do mensalão foi convertida pelo STF em ação penal, Lewandowski foi o ministro que mais divergiu do voto do relator Joaquim Barbosa. Foram 12 divergências. Discordou, por exemplo, do acolhimento da denúncia contra José Dirceu e José Genoino por formação de quadrilha.
A despeito das diferenças, o Supremo mandou ao banco dos réus todos os acusados. Terminada a sessão, Lewandowski foi jantar com amigos numa casa de repastos chamada Expand Wine Store. Em dado momento, soou-lhe o celular. Era o irmão, Marcelo Lewandowski.
O ministro levantou-se da mesa e foi para o jardim externo do restaurante. Para azar de Lewandowski, a repórter Vera Magalhães, acomodada em mesa próxima, ouviu algumas de suas frases. Coisas assim: “A imprensa acuou o Supremo. […] Todo mundo votou com a faca no pescoço.” Ou assim: “A tendência era amaciar para o Dirceu”.
Lewandowski insinuou que, no seu caso, o amaciamento não traria prejuízos à imagem: “Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente”. Deu a entender que, não fosse pela “faca no pescoço”, poderia ter divergido muito mais: “Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos.”
Convertidas em manchete, as frases de Lewandowski produziram constrangimento no STF. Presidente do tribunal na época, Ellen Gracie, hoje aposentada, divulgou uma nota. Nela, escreveu:
“O Supremo Tribunal Federal – que não permite nem tolera que pressões externas interfiram em suas decisões – vem reafirmar o que testemunham sua longa história e a opinião pública nacional, que são a dignidade da Corte, a honorabilidade de seus ministros e a absoluta independência e transparência dos seus julgamentos. Os fatos, sobretudo os mais recentes, falam por si e dispensam maiores explicações.”
Dos oito ministros indicados por Lula, Lewandowski foi o primeiro cujo nome seguiu para o Diário Oficial depois da explosão do mensalão. O escândalo ganhou o noticiário em maio de 2005, quando Roberto Jefferson jogou o esquema no ventilador numa entrevista à repórter Renata Lo Prete. E Lewandowski chegou ao tribunal em fevereiro de 2006.
Professor com mestrado e doutorado na USP, Lewandowski era desembargador em São Paulo quando Lula o escolheu. Formara-se na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, berço sindical e político de Lula. A família Silva não lhe era estranha. A mãe do ministro fora vizinha de Marisa Letícia, a mulher de Lula. No julgamento do mensalão, mostrou-se solidário sempre que topou com petistas graúdos.
Considerando-se o cargo em que está investido no momento, seria recomendável que Lewandowski narrasse aos colegas de toga e ao país, em sessão pública, transmitida pela TV Jutiça, o que sucedeu entre as quatro paredes do Sheraton, na cidade do Porto, na noite da última terça-feira, dia 7 de julho. Seu silêncio pode levar as almas mais desconfiadas a supor Lewandowski continua “tinindo nos cascos''.
Quanto ao resto dos brasileiros, entre eles os deputados que ouvirão José Eduardo Cardozo na CPI da Petrobras na próxima quarta-feira, ai dos que ousarem encarar os fatos sem horror. Sobretudo depois que ficou entendido que, a partir de agora, tudo é epílogo. Pode ser um epílogo curto ou longo. Só não pode ser medíocre. DO ESTÊNIO

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