As
novas declarações da presidente Dilma Rousseff, dadas hoje, em NY,
atestam o que muitos já vêm percebendo há algum tempo: a presidente da
República ou não está raciocinando adequadamente ou acredita que pode
continuar a zombar da inteligência dos brasileiros.
Primeiro,
ela desrespeitou seus próprios companheiros de resistência democrática
ao compará-los aos atuais aliados do PT acusados de, nas palavras do
Procurador Geral, terem participado de uma “corrupção descomunal”.
A
presidente chega ao acinte de comparar uma delação feita, dentro das
regras de um sistema democrático, para denunciar criminosos que
assaltaram os cofres públicos e recursos pertencentes aos brasileiros,
com a pressão que ela sofreu durante a ditadura para delatar seus
companheiros de luta pela democracia.
A presidente realmente não está bem.
É
preciso que alguém lhe informe rapidamente que o objeto das
investigações da Polícia Federal, do MPF e da Justiça não são doações
legais feitas de forma oficial por várias empresas a várias
candidaturas, inclusive a minha, mas sem qualquer contrapartida que não
fosse a alforria desses empresários em relação ao esquema de extorsão
que o seu partido institucionalizou no Brasil.
O que se investiga – e sobre o que a
presidente deve responder – são as denúncias feitas em delação premiada
pelo Sr. Ricardo Pessoa que registram que o tesoureiro da sua campanha e
atual Ministro de Estado Edinho Silva teria de forma “elegante”
vinculado a continuidade de seus contratos na Petrobras à efetivação de
doações à campanha presidencial da candidata do PT.
Ou ainda a afirmação feita pelo
mesmo delator de que o tesoureiro do seu partido, o Sr. João Vacari,
hoje preso, sempre o procurava quando assinava um novo contrato para
cobrar o que chamou de “pixuleco”.
Não será com a velha tentativa de
comparar o incomparável que a Sra. Presidente vai minimizar sua
responsabilidade em relação a tudo o que tem vindo à tona na Operação
Lava Jato.
O
fato concreto é que, talvez nunca na história do Brasil, um Presidente
da República tenha feito uma visita oficial a outro país numa condição
de tamanha fragilidade. E afirmações como essa em nada melhoram sua
situação.
Aécio Neves
Presidente nacional do PSDB
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