Petistas e
aliados que se ferraram nas urnas estão recorrendo a Dilma para ajudar a
pagar suas dívidas milionárias durante a campanha. Era o que faltava:
fazer os contribuintes arcarem também com seu fracasso. Só o poste de
Lula em São Paulo, Alexandre Padilha, deve 30 milhões de reais
Aliados
da presidente Dilma Rousseff que acumularam dívidas milionárias ao longo
desta eleição agora pedem ajuda ao comando da campanha da petista para
saldar seus débitos. Segundo reportagem desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo,
a lista dos que apelam a Dilma inclui políticos de diversas siglas,
como o PT e o PSB de Marina Silva, que concorreu contra a presidente no
primeiro turno.
Como
define ao jornal o governador eleito da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB):
"Devo e não nego, pago quando puder". Não nega e não se furta a
procurar ajuda com o PT. A sigla da presidente recomendou a um doador
que colaborasse com 2 milhões de reais para a campanha do aliado, que
fechou no vermelho. Em São Paulo, a situação do candidato derrotado do
PT ao Palácio dos Bandeirantes é ainda mais grave: Alexandre Padilha
encerrou a corrida com um rombo de 30 milhões de reais nas contas. Já o
senador Lindbergh Farias, que também recorreu ao PT para tentar liquidar
suas dívidas de campanha ao governo do Rio de Janeiro, deve 6 milhões
de reais. "É muito ruim perder. Os doadores acabam fugindo", lamenta
Lindbergh.
Reeleito
para o governo fluminense, o peemedebista Luiz Fernando Pezão contou com
o ministro Moreira Franco (Aviação Civil) como porta-voz junto ao
comitê de Dilma. Ele solicitou recursos para bancar atividades conjuntas
organizadas pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). "Pedi dinheiro,
mas não sei quanto recebemos", diz Paes. Também no Rio de Janeiro, a
deputada estadual eleita Clarissa Garotinho (PR) buscou ajuda da
campanha de Dilma para o pai, deputado federal Anthony Garotinho
(PR-RJ). Derrotado na disputa ao governo, ele admite ter dívida
milionária, mas não revela a quantia.
Procurado
pelo jornal, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, afirma
que a meta agora é saldar dívidas do comitê da própria presidente e não
quis comentar a situação financeira das candidaturas aliadas. O PT
ampliou neste mês em 40 milhões de reais o limite de gastos do comitê
para cobrir despesas compartilhadas com os Estados. O teto passou de 298
milhões para 338 milhões de reais.
Até mesmo
quem concorreu contra o PT e apoiou os adversários da presidente agora
busca ajuda financeira com a campanha de Dilma. É o caso de José Ivo
Sartori (PMDB). Eleito para o governo do Rio Grande do Sul, ele acumula
dívida de 5 milhões de reais. O ex-ministro Eliseu Padilha foi designado
comissário em buca de ajuda com o comitê petista. "Pedi dinheiro ao
comitê de Dilma até a véspera da eleição", conta Eliseu.
As
prestações de contas finais dos candidatos que não foram ao segundo
turno deverão ser entregues à Justiça Eleitoral até o dia 4. O prazo
para os que disputaram o segundo turno é maior: 25 de novembro. As
dívidas pendentes devem ser assumidas pelos partidos. (Veja.com). - DO ORLANDOTAMBOSI
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