Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Autoridades judiciárias e monetárias da Suíça estão
prestes a informar, oficialmente, à Justiça brasileira os nomes de pelo menos
25 parlamentares que fizeram depósitos milionários de recursos oriundos da
corrupção identificada nos processos da Operação Lava Jato. O risco iminente de
divulgação da listinha é uma das causas da pressa da cúpula do PMDB em fechar o
cerco contra a recém reeleita Dilma Rousseff, para que ela use o poder de
influência da caneta que assina o Diário Oficial para salvar os maiores peixes
grandes envolvidos nos escândalos.
Os corruptos com direito ao absurdo foro privilegiado
estão apertadinhos. Apostam na demora do ministro Teori Zavascki, que cuida da
Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, mas temem a rapidez do independente juiz
Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. Conhecido como
"Homem de Gelo", pela frieza técnica com que cuida de diferentes
processos sobre a roubalheira contra a Petrobras, Moro estaria embarcando para
a Suíça para receber, em mãos e oficialmente, as informações bombásticas sobre
as movimentações de contas secretas de poderosos políticos da base aliada que
usaram e abusaram do sistema de lavagem de grana da dupla de "colabores
premiados" Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa.
Os mafiosos de Brasília já sabem que Moro não cuidará
apenas da devolução aos cofres públicos dos US$ 23 milhões de Paulo Roberto
Costa que teriam sido repassados pela empreiteira Odebrecht e que estão
bloqueados em bancos suíços, aguardando a liberação burocrática. Moro deseja
fisgar outros peixes grandes já denunciados, nos bastidores, pelos delatores premiados
da Lava Jato. O magistrado não aceita que acabem impunes, por eventuais falta
de provas documentais, os casos que envolvem poderosos políticos com direito a
julgamento pelo STF - e que tiveram a sorte de se livrar da mão pesada da
primeira instância judicial.
Até agora, os três réus que decidiram colaborar com as
investigações da Lava-Jato já se comprometeram a devolver aproximadamente R$
175 milhões. O valor nem chega perto dos R$ 10 bilhões supostamente levados pelo
esquema. Paulo Roberto Costa entraria com mais R$ 70 milhões. O executivo Júlio
Camargo, da Toyo Setal, traria de volta em torno de R$ 40 milhões. Youssef, que
devolveria R$ 55 milhões, seria a grande dor de cabeça dos políticos. Ele já
teria revelado à Justiça e ao Ministério Público Federal, com provas
documentais, os nomes dos figurões a quem distribuiu tanta grana.
Se os fornecedores da Petrobras deram, pelo menos, R$ 206
milhões para a firma do doleiro Youssef, ainda tem muita grana que precisa ter
confirmada sua distribuição. E muito deste volume pode estar agora, entrando no
mercado pós-eleitoral, disfarçado de megainvestimentos, em sofisticadas
operações de lavagem. O Brasil é uma grande máquina de lavar... E os políticos
são poderosas máquinas de levar...
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