Josias de Souza-UOL
A evangélica Marina Silva talvez devesse considerar a hipótese de
incluir no seu staff alguém capaz de receber o caboclo tranca-ruas dos
programas de governo. Há urucubaca demais na peça divulgada na última
sexta-feira pela candidata. Três tópicos sofreram ajustes ou sumiram do
texto menos de 24 horas –“casamento” gay, criminalização da homofobia e
uso da energia nuclear. Decorridos mais quatro dias, descobriu-se outra
macumba.
No capítulo dos Direitos Humanos, o programa de Marina
empilha dez tópicos. Quatro não são originais. Foram copiados, palavra
por palavra, do Plano Nacional de Direitos Humanos baixado por Fernando
Henrique Cardoso em 2002, último ano dos seus dois mandatos (compare nos
documentos colados lá no rodapé).
Marina sabia? Não sabia? Por
que diabos sua equipe plagiou o documento alheio? Se gostavam tanto do
trecho, por que não citar o autor? Aécio Neves tirou uma casquinha: “É
só mais uma sinalização do improviso que ronda essa candidatura.” Como
peça inaugural de uma candidata que se vende como nova, um projeto
engordadado pelo plágio se parece mais com pão dormido do que com nova
política.
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