Anotações sobre o Sete de Outubro (2): Dilma discursou numa capital, votou em outra e foi derrotada nas duas.
Atacada
pela Síndrome de Lula, Dilma Rousseff descobriu que nasceu em Belo
Horizonte e resolveu que a capital mineira merecia ser governada ? de
novo ? pelo companheiro Patrus Ananias. Para ensinar ao senador Aécio
Neves como se faz um prefeito de capital, juntou-se ao padrinho na
montagem da ofensiva arrasadora. Começaria com a apresentação de estreia
da turnê do palanque ambulante. E chegaria ao clímax com outro comício
estrelado pela campeã de popularidade.
Lula discursou para menos de 3 mil
cabeças. O fracasso de público se repetiu na aparição de Dilma
Rousseff. Destaque do buquê de ministros que enfeitou o palanque,
Fernando Pimentel foi vaiado com surpreendente animação pela plateia até
então apática. Pesquisas encomendadas a institutos amigos informaram
que Patrus Ananias marchava para o segundo turno. Mas a onda vermelha
nem chegou perto da praia: aliado de Aécio, o prefeito Márcio Lacerda,
do PSB, reelegeu-se com quase 700 mil votos, cerca de 200 mil à frente
do candidato do PT.
Qualificada de "estrangeira" pelo
senador tucano, Dilma reagiu com a exibição da certidão de nascimento e a
louvação da mineiridade. "Vamos ver onde ela vai votar no domingo",
provocou Aécio. Como tem feito há quase 40 anos, votou em Porto Alegre,
palco de outro fiasco histórico do PT. Apoiado por 76 mil eleitores, o
companheiro Adão Villaverde amargou uma votação de vereador se
confrontada com do prefeito reeleito José Fortunatti: 520 mil.
A presidente discursou numa
capital, votou em outra e foi derrotada nas duas. Perdeu uma boa chance
de ficar descansando em Brasília.
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