sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Panfleto de Serra acusa Dilma de não gostar de São Paulo



Circula nas ruas um panfleto da campanha de José Serra (PSDB) acusando Dilma Rousseff (PT) de não gostar de São Paulo. O material, assinado pela coligação “O Brasil pode mais”, lista nove episódios em que, segundo os tucanos, a ex-ministra deixou São Paulo na mão. “Metade do que o governo federal arrecada vem de São Paulo. Sabe quanto mandam de volta? Só 12%”, diz o texto. “Tratam mal São Paulo e querem que o paulista se contente com mixaria. São Paulo não gosta de quem não gosta de São Paulo.”
Com tiragem de 500.000 exemplares, o panfleto está sendo distribuído desde o início do mês em todo o estado. Ele compunha um kit entregue a mulheres reunidas para um almoço de campanha na segunda-feira, em um clube da capital paulista. O evento foi organizado pela mulher do candidato, Monica Serra, e contou com a presença dele.
Na frente, sob um fundo vermelho, está escrito: “Durante 7 anos Dilma prejudicou São Paulo” e “Dilma não gosta de São Paulo”. No verso, há acusações como “sobrou dinheiro público para as viagens da Dilma. Faltou para os trens em SP. Zero. Nenhum centavo” e “São Paulo pediu recursos e Dilma não mandou. Sentou em cima de 1 bilhão de reais para a segurança de São Paulo”.
O material cita, de forma equivocada, a falta de um novo aeroporto na capital paulista como causa do acidente com o voo 1907 da Gol, na Amazônia, em 2006. A precariedade do aeroporto de Congonhas provocou, na verdade, a tragédia com um avião da TAM, que varou a pista e matou 199 pessoas, em 2007. “Dilma prometeu novo aeroporto e não fez. Acidente da Gol, São Paulo vive o caos aéreo. Dilma promete e não cumpre a palavra. Era só papo”, acusa o papel.
O tom direto e crítico do panfleto destoa do conjunto do material de Serra. A confecção dele foi uma exigência da militância tucana, que pressionava pela divulgação de argumentos mais contundentes contra Dilma. Os panfletos estão sendo distribuídos pelos próprios militantes, e não por cabos eleitorais pagos, em locais de grande circulação de todo o estado.
Até então, a campanha de Serra vinha priorizando a divulgação de feitos e promessas do candidato. Para ajudar na caça de votos, por exemplo, elaborou um material de apoio aos mobilizadores da saúde, cartilha de 22 páginas com as experiências do tucano como ministro e governador.
A distribuição dos panfletos com ataques a Dilma coincidiu com a queda de Serra nas pesquisas de intenção de voto no estado. O início de setembro marcou uma virada no quadro presidencial em São Paulo. Dilma tinha 34%, subiu para 44%. Serra tinha 41%, caiu para 36%. Os dados são das pesquisas Datafolha de 12 de agosto e de 3 de setembro. De lá até o dia 22 de setembro, última pesquisa com recorte estadual, o cenário mudou pouco. Dilma tem 40% contra 35% de Serra.
(Carolina Freitas, de São Paulo)
REV VEJA

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