A
agenda telefônica de Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy informa
que a filha da aristocracia sempre conviveu amistosamente tanto com as
granfinas de narinas de cadáver eternizadas por Nelson Rodrigues quanto
com a escória da esquerda companheira. Vigaristas da classe executiva,
escroques internacionais, cretinos quatrocentões, gazuas humanas
especializadas em cofres públicos, órfãos da União Soviética, comunistas
de Jockey Club, tiranos analfabetos, farsantes com um neurônio só e
corruptos em geral ─ sempre coube todo mundo no círculo de amigos,
companheiros e aliados da vice-presidente do Senado.
Até o começo deste mês, só não cabiam Gilberto Kassab e Paulo Maluf. Quando o PT tentou acasalar-se com o PSD para apressar o parto da candidatura de Fernando Haddad, Marta avisou que não ajudaria a cuidar do nascituro. “Corro o risco de acordar de mãos dadas com Kassab num palanque”, caprichou no chilique. Quando foi celebrado o casamento no jardim com um procurado pela Interpol, ardim, mal controlou o chilique: “Se com Kassab seria um pesadelo, imagine agora com Maluf”, pôs as mãos nas cadeiras.
Conversa fiada, comprovou nesta terça-feira a promoção da companheira a ministra da Cultura, no lugar de Anna de Hollanda. Dependendo da proposta, Marta topa acordar de mãos dadas com qualquer um no palanque. Lula ofereceu-lhe na semana passada uma vaga no primeiro escalão da afilhada. Por esse preço, a edição vespertina da colegial do Sion animou-se a ressurgir na periferia ao lado de Haddad ─ e pronta para abraçar Paulo Maluf. Ou Kassab. Ou quem aparecer por perto.
Marta Suplicy foi casada com Eduardo Suplicy, com Luis Favre e com Márcio Toledo, o presidente do Jockey Club de São Paulo que a transformou na primeira-dama das cavalariças. Desde a fundação do PT, vive abraçada a péssimas companhias. Em 2003 e 2004, para descansar da trabalheira como diretor-financeiro da quadrilha, o amigo Delúbio Soares comemorou a virada do ano na casa de Marta no Guarujá. Ali o tesoureiro do PT e do mensalão bronzeou-se em inúmeros fins de semana e feriadões.
Ali Antonio Palocci descansou sete dias depois da descoberta de que o estuprador de contas bancárias também exercia o ofício de traficante de influência. Ela acha que os dois são inocentes. Também acha que o mensalão não existiu. Nada mudou na cabeça da deputada federal que adornou a roda do cafezinho estrelada por José Dirceu. A senadora é a continuação da prefeita que brilhou como porta-estandarte do bloco que tinha na comissão de frente Rui Falcão e os irmãos Tatto.
Em 2008, a adversária de Gilberto Kassab quis saber se o prefeito era casado e tinha filhos. Na eleição de 2010, a candidata ao Senado fez dupla com um suplente do PR indicado por Waldemar Costa Neto, dançou com Aloizio Mercadante, cantou com Netinho de Paula e prestou serviços a Dilma Rousseff como camareira involuntária (veja o post na seção Vale Reprise).
Por ordem de Lula, a ex-prefeita de São Paulo desistiu de tentar a improvável volta ao cargo. Por desinteresse de Dilma, teve de esquecer o sonho de virar ministra da Educação. Alguém deve ter lembrado à presidente que Marta poderia irritar até os dirigentes amestrados da UNE caso repetisse aos estudantes descontentes com a decomposição do ensino público o conselho endereçado aos flagelados do apagão aéreo: “Relaxem e gozem”.
Conformou-se com mais um ano na vice-presidência do Senado. Enquanto repreendia adversários com cara de debutante contrariada, continuou trocando sorrisos, beijinhos e números de celulares com José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, Alfredo Nascimento e outras abjeções da base alugada. Ela trata esse buquê de horrores com o mesmo carinho dispensado às flores do pântano do PT.
Sempre contracenou sem remorsos nem rubores com mensaleiros, sanguessugas, aloprados, estelionatários, punguistas da base alugada ─ todas as vertentes da bandidagem com imunidade têm espaço garantido no coração da companheira bem-nascida. Ela sempre fez de conta que as vestais com himen complacente não caíram na vida, e portanto merecem conviver com Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy. De graça. Ela só cobra pelo convívio com antigos inimigos.
Achou que Kassab, por exemplo, valia um Ministério da Educação. Dilma achou muito caro e Marta continuou longe da campanha de Haddad. Maluf custou um Ministério da Cultura. É bem mais barato. Para a caçula do primeiro escalão, agora está claro, a escolha de parceiros de palanque não é uma questão moral, nem cívica, muito menos política ou ideológica. É só uma questão de preço.
POR AUGUSTO NUNES
REV VEJA
Até o começo deste mês, só não cabiam Gilberto Kassab e Paulo Maluf. Quando o PT tentou acasalar-se com o PSD para apressar o parto da candidatura de Fernando Haddad, Marta avisou que não ajudaria a cuidar do nascituro. “Corro o risco de acordar de mãos dadas com Kassab num palanque”, caprichou no chilique. Quando foi celebrado o casamento no jardim com um procurado pela Interpol, ardim, mal controlou o chilique: “Se com Kassab seria um pesadelo, imagine agora com Maluf”, pôs as mãos nas cadeiras.
Conversa fiada, comprovou nesta terça-feira a promoção da companheira a ministra da Cultura, no lugar de Anna de Hollanda. Dependendo da proposta, Marta topa acordar de mãos dadas com qualquer um no palanque. Lula ofereceu-lhe na semana passada uma vaga no primeiro escalão da afilhada. Por esse preço, a edição vespertina da colegial do Sion animou-se a ressurgir na periferia ao lado de Haddad ─ e pronta para abraçar Paulo Maluf. Ou Kassab. Ou quem aparecer por perto.
Marta Suplicy foi casada com Eduardo Suplicy, com Luis Favre e com Márcio Toledo, o presidente do Jockey Club de São Paulo que a transformou na primeira-dama das cavalariças. Desde a fundação do PT, vive abraçada a péssimas companhias. Em 2003 e 2004, para descansar da trabalheira como diretor-financeiro da quadrilha, o amigo Delúbio Soares comemorou a virada do ano na casa de Marta no Guarujá. Ali o tesoureiro do PT e do mensalão bronzeou-se em inúmeros fins de semana e feriadões.
Ali Antonio Palocci descansou sete dias depois da descoberta de que o estuprador de contas bancárias também exercia o ofício de traficante de influência. Ela acha que os dois são inocentes. Também acha que o mensalão não existiu. Nada mudou na cabeça da deputada federal que adornou a roda do cafezinho estrelada por José Dirceu. A senadora é a continuação da prefeita que brilhou como porta-estandarte do bloco que tinha na comissão de frente Rui Falcão e os irmãos Tatto.
Em 2008, a adversária de Gilberto Kassab quis saber se o prefeito era casado e tinha filhos. Na eleição de 2010, a candidata ao Senado fez dupla com um suplente do PR indicado por Waldemar Costa Neto, dançou com Aloizio Mercadante, cantou com Netinho de Paula e prestou serviços a Dilma Rousseff como camareira involuntária (veja o post na seção Vale Reprise).
Por ordem de Lula, a ex-prefeita de São Paulo desistiu de tentar a improvável volta ao cargo. Por desinteresse de Dilma, teve de esquecer o sonho de virar ministra da Educação. Alguém deve ter lembrado à presidente que Marta poderia irritar até os dirigentes amestrados da UNE caso repetisse aos estudantes descontentes com a decomposição do ensino público o conselho endereçado aos flagelados do apagão aéreo: “Relaxem e gozem”.
Conformou-se com mais um ano na vice-presidência do Senado. Enquanto repreendia adversários com cara de debutante contrariada, continuou trocando sorrisos, beijinhos e números de celulares com José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho, Alfredo Nascimento e outras abjeções da base alugada. Ela trata esse buquê de horrores com o mesmo carinho dispensado às flores do pântano do PT.
Sempre contracenou sem remorsos nem rubores com mensaleiros, sanguessugas, aloprados, estelionatários, punguistas da base alugada ─ todas as vertentes da bandidagem com imunidade têm espaço garantido no coração da companheira bem-nascida. Ela sempre fez de conta que as vestais com himen complacente não caíram na vida, e portanto merecem conviver com Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy. De graça. Ela só cobra pelo convívio com antigos inimigos.
Achou que Kassab, por exemplo, valia um Ministério da Educação. Dilma achou muito caro e Marta continuou longe da campanha de Haddad. Maluf custou um Ministério da Cultura. É bem mais barato. Para a caçula do primeiro escalão, agora está claro, a escolha de parceiros de palanque não é uma questão moral, nem cívica, muito menos política ou ideológica. É só uma questão de preço.
POR AUGUSTO NUNES
REV VEJA
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