segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ideli Salvatti, a soldada de Dilma

 A trajetória, as convicções e o poder da ministra que recebe os políticos e tenta administrar seu apetite insaciável
LUIZ MAKLOUF CARVALHO
Revista Época
“O Fi não gostou”, disse a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, numa tarde do mês passado. Ela estava na sala de reuniões, geminada a seu gabinete, no 4º andar do Palácio do Planalto. O assunto era uma foto que se alastrara pela internet: Ideli, então senadora, em dezembro de 2007, parece dar um sufocante beijo na boca do senador José Sarney.
Fi, o que não gostou, é Jeferson Figueiredo, marido de Ideli, subtenente músico do Exército. “Não é que ele não tenha gostado da minha postura. Ele se incomodou, muito, foi com a forma como isso é usado.”
Naquele dezembro de 2007, última sessão do ano, senadores e senadoras trocavam despedidas, com beijos, abraços e tapinhas nas costas.
O repórter fotográfico Lula Marques, do jornal Folha de S.Paulo, viu quando Ideli partiu para Sarney.
Fotografou, de cima, a sequência de salamaleques. Sabia que o ângulo faria parecer um beijo na boca – e caprichou. “Meus Deus amado!”, diz Ideli.
“Aquilo é ângulo de máquina! Tem várias vezes que você pega capa de jornal com a presidente Dilma quase beijando na boca. É ân-gu-lo-de-má-qui-na! Ou você acha que eu ia dar um beijo na boca do Sarney?”
(Foto: Celso Junior/ÉPOCA)
“A ministra tem razão: foi um beijo no rosto”, diz Marques.
Na biografia de Sarney, da jornalista Regina Echeverria, Ideli é citada só uma vez, no capítulo que conta como Sarney, bombardeado por denúncias, escapou de ser levado à Comissão de Ética, em 2009.
Ideli defendeu Sarney – contra integrantes de seu próprio partido. Até hoje ela acha que estava certa: “Não tenho problema nenhum com o que aconteceu na situação do Sarney. Fizemos o enfrentamento, mas perdemos a eleição.
O Sarney ganhou, com votos de boa parte daqueles que depois queriam tirá-lo. Para assumir quem? O Marconi Perillo, o vice-presidente? Aí não conte comigo, porque é questão de governabilidade. Ajudo a colocar e depois vou dar um jeito de tirar? Não conte comigo, porque posso ser tudo, menos louca, nem doida e nem burra”.
(Foto: arq. pessoal (2) e Lula Marques/Folhapress)
No escândalo do mensalão, em 2005, Ideli bateu-se em defesa do governo e dos acusados, como o então ministro da Casa Civil, José Dirceu.
“Sobre o qual temos certeza de que em nenhum momento possa pairar qualquer tipo de dúvida”, disse, no Senado, quando Dirceu renunciou ao ministério para reassumir o mandato de deputado (posteriormente cassado).
O que ela diz, hoje, sobre o iminente julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF)?
– Na posição em que estou, é melhor não dizer nada. Da mesma forma como a CPI é assunto do Legislativo, o julgamento é assunto do Judiciário. A única coisa que espero, como cidadã, é que seja feito pela prova dos autos.
– E, como cidadã, a senhora acha que houve mensalão – pagamentos para parlamentares votarem com o governo?
– Eu estava no Congresso, acompanhava as votações, inclusive na condição de líder. Não confere, nem coincide, não bate com a realidade.

22/07/2012

Marco Maia proíbe manifestação sobre o mensalão no plenário da Câmara

Por Claudio Humberto
Os deputados estão proibidos de se manifestarem sobre o mensalão no plenário da Câmara durante o julgamento do caso pelo Supremo Tribunal Federal, de acordo com decisão do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS).
Segundo Maia, faixas, cartazes e qualquer outra forma de manifestação estão proibidas, para que o processo não seja "contaminado".
Maia, por ser o presidente da Câmara, pode cortar o microfone caso ocorram ofensas ou manifestações que ultrapassem o uso da palavra em discursos dos deputados.
É permitido também que ele baixe norma que impeça manifestações nas galerias do plenário. Informações da Folha de SP.
Roberto Freire critica decisão de Maia
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), afirmou neste domingo (22) que o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), não pode censurar parlamentares e a sociedade de se expressarem sobre o mensalão no Congresso. Para Freire, Maia precisa respeitar a liberdade democrática e não se opor aos debates do país.
O parlamentar disse que proibições valem apenas quando as regras legais são quebradas."
Ninguém pode ser impedido de se manifestar livremente no Congresso. Espero que ele não queira proibir os parlamentares de expressarem a sua opinião seja ela qual for", disse.

DO R.DEMOCRATICA

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