É preciso insistir no assunto.
Por que, em pouco mais de dois meses, o país foi tomado por monumental onda de greves, prevendo-se para depois de agosto um tsunami de proporções asiáticas?
Não se fala, por certo, das minorias incrustadas no aparelho estatal, do tipo ministros, procuradores, parlamentares e penduricalhos.
Sequer vale citar os vigaristas das estruturas privadas, do tipo banqueiros, empreiteiros, empreendedores, bem nascidos e similares.
Estes, como aqueles, constituem a casta de quantos, milenarmente, vivem às custas da maioria.
A indagação vai por conta da gente comum, da massa de funcionários públicos, professores, trabalhadores, operários e até integrantes das profissões ditas liberais que de repente protestam contra o modo de vida a que se encontram reduzidos. Pouco importa se componentes das massas miseráveis subiram de patamar, claro que não tanto quanto a propaganda oficial alardeia, porque na hora das greves são eles a integrar os primeiros contingentes do protesto.
Do que se indaga é das razões de por que, de um dia para outro, despertou a indignação dos oprimidos, alguns, até, sem motivos para indispor-se tão depressa assim diante de injustiças milenares.
É nessa parte da equação que se questiona a forma, não o fundo. Alguma influência exógena terá precipitado a reação natural e justa das camadas oprimidas, acima e além de seus reclamos naturais.
Aqui pode repousar a resposta dessa charada envolta num mistério circundado por um enigma de proporções mais do que definidas: estão querendo despertar forças naturais através de métodos canhestros cujo objetivo é domínio do poder.
Quem?
Aqueles empenhados em desempenhar o papel de defensores dos oprimidos, ainda que pretendendo oprimi-los um pouco mais.
A CUT e o PT e seus serviçais.
Com que objetivo?
De retomar o controle do Estado e de suas instituições, que um dia, durante os oito anos do governo Lula, mantiveram através da contenção dos movimentos sociais, conseguindo sufocá-los.
Descobre-se a chave para a compreensão dessa nova realidade. Querem enquadrar a presidente Dilma, transformá-la no marionete que era quando escolhida pelo primeiro-companheiro para sucede-la, transformando-se numa sombra. Acontece que a presidente, se não libertou-se, ao menos sacudiu a crosta em que pretendiam envolve-la.
Estrilou e discordou do modelo engendrado para torna-la mero interregno entre dois mandatos do Lula.
Como combatê-la?
Ironicamente, com as armas que serviram para derrotar a ditadura.
Estimulando greves que não tiveram lugar nos dois mandatos anteriores.
E que não teriam agora caso a personalidade de Dilma fosse outra.
Na verdade, imaginaram deter o poder integral.
Contrariados, tratam-na como adversária.
Ninguém se iluda, vem mais por aí, atingindo outras categorias do serviço público e, em especial, estendendo-se à área privada.
Metalúrgicos e bancários estão sendo preparados.
DO R.DEMOCRATICA
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