domingo, 10 de junho de 2012

Mensalão: Dirceu convoca estudantes para defendê-lo


 Ex-ministro assume que precisa de apoio e dispara: ‘agora é a batalha final’

José Dirceu no congresso da UJS: “não permitam julgamento político”
O Globo / Cássio Bruno

RIO - Um dos 38 réus do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu convocou os estudantes a irem às ruas defendê-lo durante o julgamento do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que começa no dia 1º de agosto.
Dirceu participou neste sábado à tarde do 16º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Segundo ele, a partir de agora será “a batalha final”.
— Todos sabem que este julgamento é uma batalha política.
E essa batalha deve ser travada nas ruas também porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas.
É a voz do monopólio da mídia.
Eu preciso do apoio de vocês —
discursou Dirceu, aplaudido pelos 1.100 estudantes que lotaram o auditório da Uerj.
Ao lado do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, demitido pela presidente Dilma Rousseff após suspeitas de corrupção na pasta, Dirceu disse para os jovens ficarem “vigilantes”:
— Não podemos deixar que este processo (do mensalão) se transforme no julgamento da nossa geração.
Por isso, peço a vocês, hoje aqui, fiquem vigilantes.
Não permitam julgamento político.
Não permitam julgamentos fora dos autos (do processo).
A única coisa que nós pedimos é o julgamento nos autos e que a Justiça cumpra o seu papel.

Dirceu afirmou ainda que deseja “olhar nos olhos dos que o acusaram”:
— Eu tenho que provar a minha inocência. Eu deveria ter a presunção da inocência. Mas sou eu que tenho de provar. Me lincharam, me condenaram. Se eu estou aqui hoje de pé é graças a vocês, com a UJS, com a UNE (União Nacional dos Estudantes).
Mas agora é a batalha final.
É a reta final.
Eu quero este julgamento. Quero olhar nos olhos daqueles que me acusaram e me lincharam esses anos todos.

O ex-ministro concentrou seus ataques na imprensa:
— Estamos travando uma batalha contra quem? Contra a oposição?
Não.
São partidos que foram derrotados em duas eleições presidenciais.
Estamos enfrentando o poder da mídia, do monopólio dos veículos de comunicação.

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