Se
os professores das universidades federais querem que seus movimentos
reivindicatórios sejam notícia, devem migrar para as universidades
estaduais de São Paulo — USP, Unicamp e Unesp. Ao menos enquanto o PT
estiver no poder. Não sei se entenderam a ironia da coisa…
Há 46
universidades federais e dois institutos técnicos em greve. A maioria
está parada há 49 dias. Os profissionais reivindicam a apresentação de
um plano de carreira. Em algumas unidades, reclamam da falta de
condições adequadas de trabalho.
Na USP, por
exemplo, tudo é notícia. Há dias, um grupelho de maconheiros se reuniu
para queimar mato na universidade. Havia uma multidão de… 20 pessoas
(!!!), num universo de mais de 80 mil alunos. A turma ganhou alto de
página nos jornais. Alguns cronistas resolveram fazer digressões sobre o
caráter, digamos, “progressista” daquela manifestação.
A greve nas federais e as péssimas condições de trabalho em muitos campi
são praticamente ignoradas pela quase totalidade da imprensa nacional. É
como se não existissem. Há cursos funcionando em barracões. Há esgoto a
céu aberto. Faltam laboratórios. E, no entanto, um grande silêncio.
Quando uma
informação ou outra chegam aos jornais, não se toca no nome daquele que
comandou a área durante seis anos: Fernando Haddad. É o autor do modelo
que está aí, que faz dele, segundo Lula no programa do Ratinho, “o maior
ministro da Educação que este país já teve”. Talvez os professores das
federais devam queimar um fuminho no campus. Maconha é sempre uma pauta
muito influente…
Só para arrematar: no ano passado, boa
parte das federais ficou em greve por quatro meses. Ninguém deu a menor
pelota. Se a greve não serve para desgastar tucanos, então não é
notícia.
REV VEJA
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