As recentes discussões em torno da legalização do aborto, ao menos em alguns casos, no Brasil, causaram perplexidade na população e colocaram, mais uma vez, os políticos abortistas – especialmente do PT, partido que mais tem membros com projetos pró-aborto – na berlinda quanto às eleições deste ano, segundo órgãos de imprensa.
Com efeito, o Brasil é um país no qual – não obstante toda a onda de secularismo – predomina um forte senso religioso. Foi esse aspecto da opinião pública nacional que levou Dilma ao segundo turno e, depois, quase à derrota nas eleições de 2010. Dados do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), publicados em 05/11/10, demonstraram que ela obteve 55.752.529 votos o que equivale a 56,05% dos votos válidos. Venceu. É a presidente. No entanto, o número total de eleitores era, na época, de 135.803.094. Portanto, 80.050.565 brasileiros aptos a votar não votaram na petista. A computar os votos brancos, nulos e as abstenções, ela venceu com 41,1% dos votos válidos contra 58,9% do total de eleitores do país.
Ora, é de se lembrar que um grande embaraço para Dilma foi a declaração dela a favor do aborto no ano de 2007 quando dizia claramente: “Acho que tem de haver a descriminalização do aborto. Acho um absurdo que não haja”. Todavia, sabendo que a imensa maioria dos brasileiros (82% segundo pesquisa Vox Populi publicada em dezembro de 2010) considera o aborto um crime (e é!), a então candidata mudou o discurso e afirmou: “Eu pessoalmente sou contra. Não acredito que haja uma mulher que não considere o aborto uma violência” (cf. Veja, 13 de outubro de 2010, online).
Como se vê a segunda declaração é mais humana. O mínimo de bom senso mostra que o aborto é o crime mais perverso e estúpido que o mundo já conheceu, conforme se pode ver no filme O Grito Silencioso, disponível no Youtub. Ele assassina, no ventre da mãe, de maneira covarde e cruel, aquele(a) cuja vida deveria ser defendida plenamente.
No entanto, todos os abortistas da história insistem em dizer que o aborto é uma questão de “saúde pública” ou um “direito feminino”. Perguntamos: Que saúde é essa que não cura, mas mata? Há direito de matar o inocente?
Nessa linha de raciocínio, poderia ser abolido do nosso Código Penal o artigo 121 que penaliza o homicídio? Afinal, que diferença faz matar o ser humano grande ou o pequeno?
Aliás, o aborto tem sido considerado não só um direito feminino, mas, paradoxalmente, um direito da mulher grande de assassinar a mulher pequena, uma vez que na China comunista a imensa maioria das criancinhas abortadas são meninas (O. Cesca. Aborto: a guerra aos inocentes. Porto Alegre: Myrian, 1996, p. 28). Portanto, se os grandes propagadores do comunismo ateu viam no aborto a libertação feminina, enganaram-se. Só conseguiram para a mulher grande, cuja mãe não era assassina, o direito de trucidar a mulher pequena, ainda no ventre materno. Nada mudou. Opressoras assassinas e oprimidas assassinadas continuam a existir para a vergonha da humanidade.
Os políticos abortistas ou aqueles que os apoiam, no entanto, sabem que, pela luz natural da razão (e mais ainda pela graça de Deus), o povo tem consciência disso. Sabem que a grandiosa parcela da população entende que o assassinato, seja da criança, seja do adulto, é algo a ser rejeitado convictamente. Daí o medo – conforme mostra a imprensa – de irem contra a opinião pública religiosa e sensata e perderem muitos votos nas próximas eleições municipais.
E têm razão em temer esse autêntico brasileiro cordial e religioso, pois o verdadeiro cristão não pode, sem trair a sua fé, pactuar com os defensores da morte. Quem ama a Deus, segue o quinto mandamento da sua lei que preceitua: “Não matarás”.
Dito isso, vem ainda a questão realmente decisiva: na urna, é melhor digitar o seu voto apoiando o Deus da vida (cf. João 10,10) ou ajudando a implantar, no Brasil, o projeto de Herodes, matador das criancinhas indefesas (cf. Mateus 2, 16-18)? Gazeta Amparense: Vanderlei de Lima é filósofo e escritor (Do blog do Bispo D. Luiz Bergonzini)
DO B. DO ALUIZIO AMOORIM
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