Publiquei ontem aqui um post, com vídeo, em que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) parece sororocar, à beira de um ataque. Aos berros, proclamava as supostas violências havidas na desocupação do Pinheirinho. Nunca cheguei exatamente a levá-lo a sério, mas confesso que até eu cheguei a pensar que fosse um pouquinho mais sério… Também este grande progressista tem, como todos os de sua trupe, aquele asqueroso amor seletivo pelo humanismo.
Noticiei aqui anteontem mais um confronto entre a Polícia Militar do Acre, governada pelo petista Tião Viana, e moradores, desta vez do bairro Seis de Agosto, em Rio Branco. A enchente do Rio Acre levou o governo a cortar a energia elétrica da região sem prévio aviso, o que revoltou muitos moradores. Eles decidiram, então, fechar uma avenida. Vejam lá.
Pois bem! Mais uma vez, Tião Viana chamou o BOPE — a exemplo do que fizera numa reintegração de posse na cidade de Brasiléia —, e o couro cantou no lombo do povo. Muita gente ficou ferida com balas de borracha. Em Brasiléia, lembrem-se, um índio ficou cego de um olho, atingindo por um desses artefatos.
Cadê o Suplicy?
Cadê a Dilma?
Cadê a Maria do Rosário?
Cadê o José Eduardo Cardozo?
Cadê a Dilma?
Cadê a Maria do Rosário?
Cadê o José Eduardo Cardozo?
Voltei
Eu não apóio, como sabem, manifestações violentas. E acho que as leis têm de ser cumpridas. Quando menos, os episódios de Brasiléia e, agora, do bairro Seis de Agosto têm de ser investigados. Eu não vi as crianças feridas do Pinheirinho — nem o senador Suplicy ou a presidente Dilma Rousseff, que chamou a ação em São Paulo de barbárie. Mas vejo acima crianças feridas com bala de borracha. Eu não vi o ferimento do tal assessor de Gilberto Carvalho — aquele que segura os projéteis com inexcedível prazer —, mas vejo o sangue correr da perna de donas de casa do bairro Seis de Agosto.
A Polícia de São Paulo, como sabem os senhores, teve de provar QUE NÃO FEZ um monte de coisas que lhe eram imputadas. A polícia do companheiro Tião Viana, como a gente vê, não precisa nem mesmo explicar o que fez. Antes que os companheiros possam apontar o dedo para seus adversários, têm muitas explicações a dar (a lista está aqui).
Qual é a explicação de Suplicy e dos demais petistas? Será que as balas de borracha de Tião Viana são instrumentos de libertação dos oprimidos? E Marina Silva? Vai se calar mais uma vez? No Acre, não custa lembrar, a líder da “nova política” é governo. O governo da velha bala de borracha.
Por Reinaldo AzevedoREV VEJA
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