sábado, 4 de fevereiro de 2012

IRRESPONSABILIDADE! SEU NOME É SENADOR SUPLICY, O HOMEM QUE ESTUPRA OS FATOS! OU: JÁ QUE SP JAMAIS TERÁ UM CARNAVAL COMO O DA BAHIA, PETISTAS PAULISTAS QUEREM AO MENOS COPIAR O MODELO DE SEGURANÇA PÚBLICA DAQUELE ESTADO

Desta vez o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi além de tudo aquilo de que ele próprio é capaz! Seu ataque covarde à Polícia Militar de São Paulo não tem como ser respondido na esfera legal porque ele se esconde atrás da imunidade parlamentar. Vale dizer: usa um valor sagrado da democracia para poder caluniar à vontade, para poder difamar, para poder injuriar. Acho que já escrevi isto aqui e repito: NUNCA INTEGREI O GRUPO DAQUELES QUE CONSIDERAM SUPLICY UM IDIOTA MANSO! Eu o considero um calculista relativamente perigoso. Se não foi além do que pretendia na carreira política - três mandatos consecutivos para senador por São Paulo não é, de todo modo, pouca coisa -, isso se deve, sim, àquele estilo de aparência apalermada, que ele não pode evitar. Mas que não seja confundido com idiotia. Ele tem método. É o único elogio, se é que é um, que lhe posso fazer.
Já tive a chance de lhe dizer isso pessoalmente no aniversário de um conhecido comum, a que ambos estávamos presentes. O senador tentou me puxar ali para um embate simpático e coisa e tal e, num dado momento da conversa, resolveu convocar a “personagem Suplicy, o abestado”. Com cordialidade, pedi que voltássemos à toada anterior que eu, definitivamente, não estava entre aqueles que se deixavam seduzir por suas representações. Imediatamente, ele recobrou o tom mais grave que convém a um senador da República. Sigamos.
Suplicy fez ontem um violento discurso no Senado contra a Polícia Militar de São Paulo. No auge da ignomínia, abordou um relato que teria sido feito por uma família a um representante do Ministério Público Estadual, acusando PMs de estupro. Abaixo reproduzo trechos de um texto publicado no Portal G1 só para que fique o registro. A acusação saiu em toda parte. No “moderno” jornalismo, basta que o Indivíduo A - SE FOR PETISTA OU DE ESQUERDA - diga que o Indivíduo B fez alguma coisa. Isso ganha a rede. O acusado que se encarregue de desmentir, de provar que é inocente. Não é preciso verificar se a história faz sentido, conversar com as supostas vítimas… Nada! AFINAL, EXISTE O TAL “OUTRO LADO”, QUE DISPENSA O JORNALISTA DE QUALQUER APURAÇÃO. “E aí? É verdade que o senhor é estuprador?”
Leiam trechos do texto do G1. Volto em seguida com questões de lógica elementar. Ao fim de tudo, vocês vão ver o que INFORMA o comandante-geral da PM. E ENTÃO SABEREMOS UM POUCO MAIS SOBRE SUPLICY.
*
Por Sandro Lima Do G1:
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou nesta sexta-feira (3), em discurso no plenário do Senado, que houve abuso sexual por parte de policiais militares na ação de desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. O senador disse ter obtido as informações acompanhando o depoimento das vítimas ao Ministério Público do Estado de São Paulo nesta quarta (1º). Procurado pelo G1, o Ministério Público de São Paulo não confirmou até as 16h o depoimento ao qual se refere o senador Eduardo Suplicy. Mais tarde, na noite desta sexta (3), o comandante da PM, coronel Álvaro Camilo, deu entrevista coletiva e disse que não acredita nas denúncias devido a discrepâncias entre os relatos das supostas vítimas e dos policiais.
No depoimento, segundo o senador, as vítimas disseram que na noite de 22 de janeiro, no início da desocupação, vários policiais militares entraram em uma casa na região do Pinheirinho de modo “abrupto e violento” rendendo agressivamente um jovem de 17 anos e sua mulher, de 26 anos. Segundo o depoimento, havia seis pessoas na casa. De acordo com termo de declarações ao Ministério Público, cuja cópia o senador forneceu ao G1, os policiais renderam a mulher de 26 anos, a isolaram dos demais moradores da casa e a submeteram durante quatro horas a abuso sexual.
No documento, a vítima relata ainda que “durante o ataque foi retirada da casa e, segundo ela própria, mais uma vez seviciada no interior de uma viatura cinza, que identificou como sendo do grupamento Rota”. O adolescente de 17 anos, de acordo com o depoimento, “foi agredido fisicamente e psicologicamente” e ameaçado pelos policiais de “empalação com um cabo de vassoura untado de creme e pomada”. As vítimas mencionaram, segundo o documento, que “no decorrer dos fatos puderam identificar cerca de uma dúzia de policiais todos ostensivamente identificados como componentes do grupamento Rota”.
Os policiais, de acordo com o depoimento, “comeram a comida da casa, danificaram diversos objetos que guarneciam o imóvel, além de terem levado pertences e dinheiro que nada teriam a ver com qualquer atividade ilícita”. Suplicy disse que pediu aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, proteção às vítimas.
(…)
Voltei
Quando o comandante-geral da PM relatar os fatos, vocês verão a enormidade do que fez Suplicy. Antes disso, vamos nos apegar apenas à lógica dos acontecimentos. Acho que vocês se lembram que não esperei a polícia americana demonstrar que Dominique Strauss-Kahn era inocente. É muito fácil reconhecer uma falácia. Ah, sim: essa história de o MPE não ter confirmado o relato do senador é para pegar trouxas. Sei como são as coisas porque já coordenei equipes de reportagem. Parlamentares e promotores combinam que vai vazar para a imprensa a informação. Como o meu compromisso é com você, leitor, conto como funciona. Ao MP pega mal fazer escarcéu com acusação tão grave sem ter uma miserável prova; a um senador política e moralmente inimputável, tudo bem! Adiante.
Vamos ver. Quer dizer que, numa operação tensa como foi a do Pinheirinho, 12 policiais puderam se dedicar durante quatro horas a sevícias sexuais. Lá fora, ameaça de confronto, correria etc. E os soldados ali, só ocupados no estupro coletivo. Todos os homens seriam da “Rota” - justamente a sigla mais temida pelos bandidos - e nem se ocuparam de esconder o rosto ou, sei lá, de não se exibir para a família. Ao contrário: praticaram o crime sabendo que, depois, poderiam ser identificados. Faz ou não faz sentido até aqui?
Vocês verão que essa família entrou em contado com a Polícia Civil (por outros motivos). Não se falou em estupro. O Pinheirinho era comandado pelo PSTU. Há vários advogados ligados à “causa” - inclusive o tal Aristeu, aquele que denunciou a existência de supostos mortos (eu até entrevistei uma “morta”…). Não se falou em estupro. Maria do Rosário, aquela que não vê ditadura em Cuba (nem enxerga as pessoas cegadas pelas polícias do Piauí, da Bahia e do Acre), despachou o Conselho Nacional de Direitos Humanos para o Pinheirinho para colher relatos. Não se falou em estupro. Preferiram outra vertente dramática: policiais teriam matado cachorros das crianças por pura maldade. Com bala de borracha? Com paulada? Não se viu nem corpo de gente nem de bicho. Moradores e militantes do Pinheirinho foram convocados a relata sua versão na Assembléia Legislativa. Não se falou em estupro.
Aí vem Suplicy. Com base no relato (suposto?) da vítima e dos três presos por tráfico, leva a denúncia ao Senado. Ainda que aquilo tudo lhe tivesse sido efetivamente dito, qual seria o comportamento de um homem responsável, de um político que se preza e que preza, então, as vítimas e uma instituição chamada “Polícia Militar”? Levar a denúncia, em sigilo, ao comando da PM, exigir a apuração rigorosa etc. Caso se constatasse que tudo era verdade, cobrar a devida publicidade. Caso se contatasse a mentira, como se verá, então não se macularia a honra de uma instituição e de seus homens.
Ocorre que o senador Eduardo Suplicy, o político, é um notório irresponsável. E não é de hoje. Com aquele seu ar apalermado, que sugere, vamos dizer assim, traços de idiotia clínica - É FALSA!!! - , vai liquidando reputações, destruindo instituições, esmagando pessoas. Faz campanha política. Ele queria as manchetes. E sabia que as teria porque boa parte do jornalismo é hoje um animal de estimação do PT, que nem lhe recolhe o cocô.
OS FATOS
Mais uma vez, por incrível que pareça, a Polícia Militar teve de provar o que não fez! Comecemos do básico. Existe, sim, uma denúncia feita ao Ministério Púbico Estadual e a Suplicy.
O que aconteceu?
1 - os policiais perseguiram quatro homens (um era o menor, de 17 anos) por tráfico de drogas;
2 - quando estavam para entrar na tal casa, os três maiores foram presos; com eles, drogas, dinheiro e uma espingarda calibre 12
3 - Atenção! Esses estão entre os denunciantes. A CASA NÃO FICA NO PINHEIRINHO, MAS NO CAMPO DOS ALEMÃES, QUE FICA PERTO DA ÁREA DESOCUPADA;
4 - A ação ocorreu às 3h30 do dia 23, e o Boletim de Ocorrência foi lavrado às 4h, embora, segundo a denúncia, as sevícias sexuais tivessem durado quatro longas horas;
5 - Havia uma advogada junto com os presos na delegacia. E ninguém disse uma miserável palavra sobre estupro.
6 - Como nada se disse na delegacia no próprio dia 23  - hoje já é dia 4 -, já não é mais possível fazer nem mesmo exame de corpo de delito, não é?
Chegamos a este ponto
Os jornais estão dando grande destaque à acusação de Suplicy, e as explicações do coronel Álvaro Camilo, comandante-geral da PM, entram a título de “outro lado”. E há até quem mostre certa indignação porque ele disse que não vai, não, afastar os policiais - no que faz muito bem! Não com uma denúncia feita nessas condições.
Sim, meus caros, chegamos ao ponto em que a palavra de três pessoas presas por tráfico de drogas vale muito mais do que a dos policiais militares. Mas com isso a gente até já estava meio acostumado. Ocorre que, como se vê, a história não poderia ser mais suspeita. E eis a Polícia Militar de São Paulo, uma das mais eficientes e disciplinadas do Brasil, obrigada a provar uma vez mais a sua inocência.
É o PT na área. É o senador Eduardo Suplicy já em ritmo de campanha eleitoral.
Eles não querem só a capital. Eles querem mesmo é governar São Paulo. Talvez seu projeto secreto seja implementar no Estado a qualidade administrativa, na área de Segurança Pública, que o governador petista Jaques Wagner implementou na Bahia.
*
Segue íntegra da nota da Polícia Militar
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Comando da Polícia Militar vem a público manifestar-se a respeito das denúncias apresentadas pelo Senador Eduardo Suplicy sobre supostos atos de violência e abuso sexual contra moradores em São José dos Campos. Nos últimos dez dias, a Polícia Militar tem sido alvo de acusações mentirosas relacionadas ao apoio prestado na ação judicial de reintegração de posse em Pinheirinho, na Cidade de São José dos Campos. São vários boatos de que crianças morreram, pessoas desapareceram, pessoas essas que depois foram localizadas, encontram-se muito bem e até concederam entrevistas desmentindo essas acusações.
A Polícia Militar é uma instituição séria, honrada, tem como princípio o respeito aos direitos humanos e pauta suas ações pela legalidade, sempre na defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa humana. Não passamos a mão na cabeça de maus policiais, somos firmes na depuração interna. Na realidade, o que temos é uma  ação que foi desenvolvida pela ROTA, durante a proteção à cidade de São José dos Campos - que sofria atos de vandalismo -, numa ocorrência de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.
Tudo aconteceu na madrugada do dia 23 de janeiro, no Campo dos Alemães, não em Pinheirinho. No local, três adultos foram presos e um adolescente, apreendido. Eles foram autuados em flagrante delito com uma espingarda calibre 12, mais de 2 quilos de maconha, 300 gramas de cocaína e 1.382 reais em dinheiro.
Chama a atenção que nem os três adultos nem o adolescente, ou mesmo  a advogada Aparecida Maria Pereira, que os acompanhava e figura no boletim de ocorrência como curadora do menor, tenham sequer mencionado qualquer abuso no ato da prisão, em São José dos Campos, só o fazendo agora, dez dias depois.
Repudiamos a forma como as denúncias foram feitas, mas não é por causa das mentiras de que a Instituição foi alvo que deixaremos de nos empenhar no esclarecimento sobre  mais essa acusação, ora apresentada pelo Senador Eduardo Suplicy. E fica o compromisso do Comando-Geral, em respeito ao cidadão e dentro da transparência que nos é peculiar, de voltar a público para divulgar o resultado dessa apuração. São Paulo, 03 de fevereiro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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