segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A fala indecorosa de Gilberto Carvalho. Ou: O sangue dos pobres continua a excitar o PT. Ou: Petistas não conseguem faturar com a cracolândia, então tentam com o Pinheirinho

Não! A presidente Dilma Rousseff não controlou seus radicais nem deu pito em seus ministros destrambelhados. Gilberto Santo André Celso Daniel Carvalho, braços e olhos de Lula no governo, continua a ter uma atuação absolutamente indecorosa. Leiam trecho de uma reportagem de Márcio Falcão e Flávia Foreque, na Folha Online. Volto em seguida.
Ministro chama de “praça de guerra” episódio em Pinheirinho
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse nesta segunda-feira que a Policia Militar transformou em “praça de guerra” a ação de reintegração de posse da área invadida do Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), determinada pela Justiça estadual. Carvalho disse que o uso da força não conta com o aval do governo federal e que esperava mais diálogo. “Nós achamos que tem alguma coisa que poderia ser esgotada ainda no diálogo e sobretudo numa saída negociada e humana para as famílias, sem a necessidade daquela praça de guerra que foi armada ontem”, disse o ministro sobre operação realizada na madrugada de ontem (22).
Ele criticou ainda o tratamento dado ao secretário Nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, que acompanhava as negociações no local e foi atingido na perna por uma bala de borracha. “Quando ele mostra a carteirinha, a identidade de funcionário público federal, os guardas o desrespeitam e metem uma bala de borracha nele”, afirmou o ministro após solenidade no Palácio do Planalto.
Segundo Carvalho, o Ministério das Cidades deve participar do esforço para realojar os moradores da invasão. “Eu não quero fazer uma crítica direta ao governo de São Paulo, com todo respeito à autonomia. Agora, eu só posso dizer que esse não é um método nosso, do governo federal”, completou. Carvalho negou que o tema tenha sido discutido em reunião setorial na manhã de hoje sobre temas sociais.
(…)
Comento

Em nenhum momento Carvalho deixa claro que o governo do Estado não tinha saída —  E EU JÁ O DEMONSTREI — e estava obrigado a cumprir a determinação judicial. Não era de execução facultativa. Isso não existe na Justiça.
Existiram balas de borracha? Para aqueles que atacaram a polícia — legal e democrática — com pedras e para aqueles que decidiram incendiar carros e usar coquetéis molotov. POR QUE ESTE SENHOR NÃO DISSE UMA PALAVRA CONTRA A AÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES DE PIAUÍ, PERNAMBUCO E ESPÍRITO SANTO NA REPRESSÃO AOS QUE SE MANIFESTAVAM CONTRA A ELEVAÇÃO DE PASSAGENS DE ÔNIBUS? Com balas de borracha, bombas de efeito moral, bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, spray de pimenta…
Como acho que é preciso ter vergonha na cara e coerência, eu não censurei, não, a ação daquelas forças porque achei que houve, mesmo, exageros nas manifestações. Sugiro o mesmo a Gilberto Carvalho. No Piauí, um estudante ficou cego de um olho em razão de um estilhaço de uma bomba de efeito moral. Os petistas, especialmente o ministro, não disseram uma vírgula. Por quê? PORQUE O PT INTEGRA OS TRÊS GOVERNOS, LIDERADOS PELO PSB.
Quando escrevi um post acusando o silêncio, mesmo alguns leitores que gostam desta página acharam que eu estava exagerando um pouco. Eis aí.
Funcionário público federal ou não, se o sujeito está no meio da troca entre pedras e balas de borracha, corre o risco de levar uma bala de borracha ou uma pedra. Qual é a de Carvalho? Petista é nobre demais para isso? Qual é a sua hipótese? Um guarda resolveu mirar no seu funcionário federal? Ora…
Mas vejam o jeitinho dele: “Não quero fazer críticas…” E, claro, vai fazendo, como se vê.
O governo tentou criar um fato eleitoral na cracolândia. Não conseguiu. A população não comprou a tese. Não gosta da droga, de drogados e da idéia de ter uma área da cidade entregue aos viciados e traficantes. Agora tenta explorar o caso do Pinheirinho. Aí a petezada acha que pode prosperar porque, afinal, trata-se de gente pobre. O governo federal faz de conta que não existem justiça, decisão judicial e estado democrático e de direito.
A campanha em favor de Fernando Haddad já começou.
Por Reinaldo Azevedo

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