quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Denúncia de João Dias atinge campanha presidencial do PT

Por Gabriel Castro, na VEJA Online:
No depoimento que prestou à Polícia Militar, nesta quarta-feira, o soldado João Dias conta que sua relação com Paulo Tadeu, secretário de governo do Distrito Federal, teve início ainda em 2006. O motivo: o policial intermediava a arrecadação de recursos para o comitê regional da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. Delator de esquemas de corrupção no Ministério do Esporte e no governo de Brasília, Dias conta que ajudou a cobrir um rombo milionário na coordenação local da candidatura a presidente.
“Foram repassados 1 milhão de reais de forma parcelada ao deputado Paulo Tadeu para o pagamento das campanhas regional e presidencial no 1º e no 2º turno para presidente, para que o deputado pudesse ser o coordenador”, afirma Dias no depoimento obtido por VEJA. O episódio é relatado de forma breve, quando o delator explica o surgimento de sua relação pessoal com o atual homem forte do governador Agnelo Queiroz.
Registro
O policial diz que o registro de saques de uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) pode comprovar as transações financeiras. A unidade fica na cidade de Sobradinho, onde vive João Dias. O soldado relata que as informações também foram repassadas à Polícia Federal (PF). No depoimento à Polícia Militar, no entanto, João Dias não detalha a origem dos recursos. O período a que o delator se refere ainda é anterior à descoberta das fraudes no Ministério do Esporte, reveladas em 2008. Dono de entidades que mantinham contratos milionários com a pasta, João Dias foi acusado de desviar recursos dos contratos. Ele alega que o PCdoB, partido de Agnelo à época, cobrava propina para manter os convênios.
Os desmandos tiveram início justamente na gestão do atual governador do Distrito Federal, que comandou a pasta entre 2003 e 2006. Na campanha que João Dias diz ter ajudado a financiar, Agnelo foi candidato a senador pela coalizão petista. João Dias foi detido nesta quarta-feira após entrar no palácio do governo distrital e jogar 200.000 reais em dinheiro no gabinete de Paulo Tadeu. Durante a confusão, o delator ofendeu uma funcionária e quebrou o dedo de um policial militar.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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