sábado, 10 de dezembro de 2011

Ao lado de Serra, Freire defende candidatura do PPS

Tuca Pinheiro/Divulgação
A abertura do 17o Congresso do PPS transformou-se em ato contra o PT e governo de Dilma Rousseff.
Coube ao presidente da legenda, Roberto Freire, e ao aliado tucano José Serra pronunciar as críticas mais duras.
Afora os ataques, Freire antecipou o que deve ser a principal decisão do Congresso da legenda.
Ao lado de Serra, defendeu a candidatura própria do PPS à Presidência da República em 2014. “Por que não?”, perguntou Freire.
“Quem entender que não devemos é porque entende que, nós, partido político, não devemos disputar o poder.”
Lançada pelo ex-deputado Raul Jungmann, presidente do PPS de Pernambuco, a tese do presidenciável próprio chega ao Congresso como posição quase unânime.
Será debatida neste sábado (10). E deve transformar-se em decisão oficial da agremiação no domingo, dia do encerramento do encontro.
Freire recordou que ele próprio disputou o Planalto em 1989. Nas sucessões de 1998 e 2002, o PPS foi às urnas com Ciro Gomes, hoje no governista PSB.
No trecho do discurso dedicado aos ataques, Freire tratou Dilma como mera extensão do antecessor. “A oposição ao governo Lula tem de continuar a ser dura”, disse.
Censurou o “adesismo” que leva políticos da oposição a buscar abrigo sob o guarda-chuva do consórcio governista.
Curiosamente, participava da cerimônia, como convidado, o ‘ex-demo’ Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e presidente do PSD, que cultiva a “independência” adesista.
Freire fez troça dos que acusam o PPS de denuncista. “Se estamos denunciando, o problema não é nosso, mas do governo, que está sempre envolvido em corrupção.”
Disse que, antes, “a República tremia todo fim de semana” com as capas das revistas. Hoje, “treme todos os dias” com o noticiário dos jornais.
Convidado a manusear o microfone, Serra manteve o diapasão: “Temos que transformar esta indignação em energia, em força de mudança.”
Afirmou que, em matéria de corrupção, o Brasil tornou-se “recordista”. Já “são seis [ministros] afastados por suspeita de corrupção.”
Tratou Dilma como gestora de uma administração por iniciar: “O governo ainda não começou, esperamos que comece no dia 1º de janeiro [de 2012].”
No dizer de Serra, Dilma por ora dividiu-se entre dois temas: “50% do tempo gastos com factóides e propaganda e 50% explicando a queda de ministros.”
Num instante em que o PPS fala de candidatura própria, Serra enalteceu a parceria:
“O PPS, sem desmerecer os outros partidos, foi um dos mais consistentes e fiéis aliados que nós, tucanos, já tivemos.”
Recordou que, no ano passado, teve o apoio do PPS na sua malograda tentativa de eleger-se presidente. Absteve-se, porém, de falar sobre 2014.
Preferiu direcionar a parceria para o presente. Agora, disse ele, PPS e PSDB estão juntos no “combate à corrupção.”
Também presente, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, cuja administração é marcada com as parcerias com a União, modulou os lábios.
Enalteceu o papel do PPS (ex-PCB) no combate ao autoritarismo e na defesa dos trabalhadores.
“É um partido que tem ética e ter ética é fundamental para servir a cidadania”, elogiou. “O PPS é o partido da modernidade”, exagerou.
A certa altura, Alckmin disse algo que pareceu dirigido ao PT: “O Brasil não é vocacionado para partido único.”
Quanto ao governo Dilma, Alckmin preferiu o reparo econômico à crítica moral. Tomado pelas palavras, descrê da previsão oficial de crescimento de 3,2% em 2011.
“Estamos virando o ano com crescimento zero, menos que o da Europa”, disse o governador, numa referência à estagnação econômica do terceiro trimestre.
Se confirmada, como parece provável, a decisão do PPS de comparecer a 2014 com um nome próprio sera o segundo revés do PSDB na mesma semana.
Na terça (3), reunido em convenção para reeleger seus dirigentes, o DEM também insinuou a candidatura presidencial do senador Demóstenes Torres (GO).
DO BLOG DO JOSIAS DE SOUZA

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