Victor Martins
Publicação: 26/11/2011 08:00 Atualização: 25/11/2011 21:41
Revelado por reportagens do Correio em janeiro e setembro, o processo de esvaziamento do Banco do Brasil em Brasília foi suspenso. Segundo fontes próximas ao alto escalão do banco, após a publicação das matérias e a cobrança da bancada parlamentar do Distrito Federal no Congresso, a instituição se viu obrigada a parar a estratégia de transferência para São Paulo. Em documento enviado pelo BB à Câmara dos Deputados na semana passada, o presidente do banco, Aldemir Bendine, garante que não está em curso nenhuma transição e reafirma que a sede do BB “é e sempre será Brasília”.
A despeito das alegações do BB, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) garante que ouviu do próprio Dida — como Bendine gosta de ser chamado — que o projeto de transferência era real. “Liguei para o Dida no dia seguinte à divulgação desses dados e ele me informou por telefone que estava fazendo as transferências”, afirmou. “Com a resposta do banco ao requerimento da deputada Erika Kokay (PT), pudemos perceber que o BB estava efetivamente transferindo diretorias de Brasília para São Paulo. Ficamos sabendo que, depois das reportagens, várias transferências foram canceladas, como a da Diretoria de Marketing.”
Dois requerimentos de informação haviam sido produzidos pelos parlamentares e enviados ao banco, um assinado pela deputada Kokay e outro pelo senador Rollemberg. A resposta chegou primeiro à Câmara, em 18 de novembro. No documento, o BB assume que mudou a sede da Diretoria Comercial e de duas gerências-executivas para a capital paulista em outubro de 2010. A transição levou 76 funcionários para São Paulo. Parte da Diretoria de Seguros, Previdência Aberta e Capitalização também migrou para o mesmo destino em dezembro.
Fac-símile de trechos da resposta enviada pelo presidente do banco, Aldemir Bendine, à deputada Erika Kokay |
O documento ainda cita que a Diretoria de Cartões teve uma divisão transferida para São Paulo em agosto de 2007 sob a justificativa de que, devido a uma parceria com um grande banco privado e à necessidade de se aproximar dele, a migração era necessária. “A mobilização causou efeito. Vamos continuar vigilantes para não permitir um esvaziamento do Banco do Brasil em Brasília”, prometeu Rollemberg.
Justificativa superficial
No documento enviado pelo Banco do Brasil aos parlamentares, que justifica transferências de áreas estratégicas de Brasília para São Paulo, a instituição afirma que, “sempre que oportuno”, estuda mudanças corporativas. Diz ainda que esses ajustes são necessários para garantir o crescimento das operações. Porém, garante que, no momento, nenhuma movimentação está prevista. A informação contraria as adaptações que o banco fez em um andar de seu prédio, na capital paulista, para receber a Diretoria de Marketing. Funcionários que trabalham no próprio edifício confirmaram ao Correio que empregados transferidos de Brasília deveriam ocupar o local.Para a deputada Erika Kokay (PT), o documento prova o projeto de migração de algumas diretorias. “Foram superficiais nas justificativas dessas transferências”, reclamou. “O banco afirma que não pode divulgar os estudos que explicam as migrações, mas assegura que eles estão disponíveis para consulta.” Segundo o banco, divulgar a análise poderia ser “prejudicial à gestão e ao desempenho da empresa”. Em nota para o Correio, o BB reafirmou os esclarecimentos “no sentido de seu compromisso com Brasília, onde está e sempre estará a sede da instituição.” O banco garantiu que não prevê transferências de diretorias para outros estados. (VM)
No documento enviado pelo Banco do Brasil aos parlamentares, que justifica transferências de áreas estratégicas de Brasília para São Paulo, a instituição afirma que, “sempre que oportuno”, estuda mudanças corporativas. Diz ainda que esses ajustes são necessários para garantir o crescimento das operações. Porém, garante que, no momento, nenhuma movimentação está prevista. A informação contraria as adaptações que o banco fez em um andar de seu prédio, na capital paulista, para receber a Diretoria de Marketing. Funcionários que trabalham no próprio edifício confirmaram ao Correio que empregados transferidos de Brasília deveriam ocupar o local.Para a deputada Erika Kokay (PT), o documento prova o projeto de migração de algumas diretorias. “Foram superficiais nas justificativas dessas transferências”, reclamou. “O banco afirma que não pode divulgar os estudos que explicam as migrações, mas assegura que eles estão disponíveis para consulta.” Segundo o banco, divulgar a análise poderia ser “prejudicial à gestão e ao desempenho da empresa”. Em nota para o Correio, o BB reafirmou os esclarecimentos “no sentido de seu compromisso com Brasília, onde está e sempre estará a sede da instituição.” O banco garantiu que não prevê transferências de diretorias para outros estados. (VM)
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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