sábado, 17 de setembro de 2011

O dia em que o Bebum tomou lá.

lula_barrigaReunidos com Lula, partidos não chegam a acordo completo sobre reforma política e decidem levar proposta para Câmara
Marcelle Ribeiro ( marcelle@sp.oglobo.com.br)

SÃO PAULO - Reunidos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, líderes do PT, PDT, PSB e PCdoB concordaram em votar a favor do relatório do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) cuja proposta é uma reforma política com um sistema de votação proporcional mista para deputados. A ideia é levar tal proposição à votação na Câmara de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara até o fim deste mês. Apesar do acordo, eles não chegaram a um consenso sobre o assunto, como pretendia Lula. O consenso sobre o projeto aconteceu apenas para viabilizar uma discussão maior no plenário da Casa.
O sistema proporcional misto de Fontana prevê uma eleição para deputado em que o eleitor tem direito a dois votos: um para a lista do partido de sua preferência e outro para o candidato que preferir. Os quatro partidos concordaram que querem o sistema proporcional, mas ainda não há sintonia sobre a existência ou não de um voto em lista.
- Um ponto de consenso foi a defesa do voto proporcional, seja qual for o sistema de votação, se vai ter a lista partidária, como nós defendemos, ou se outro sistema. Mas o sistema proporcional, tal como existe hoje, é consenso. Mas isso passaria a valer a partir de 2014 - disse o presidente do PT, Rui Falcão.
Segundo Falcão, a decisão definitiva ainda levará algum tempo para sair.
- No relatório do deputado Fontana, os quatro partidos votarão no sistema proporcional misto, mas querem analisar, mais para frente, quando (o projeto) for para plenário, se esse é realmente o sistema de voto mais indicado - afirmou Falcão.
Segundo o presidente do PSB, Eduardo Campos, os quatro partidos concordaram na rejeição ao sistema majoritário (chamado de distritão), em que seriam eleitos os candidatos a deputado mais votados, sem o quociente eleitoral em vigor hoje. Esse modelo, que é usado atualmente nas eleições para a Presidência, governos estaduais e Senado, tem sido defendido pelo PMDB, maior líder do PT na Câmara. As quatro legendas reunidas nesta sexta-feira também rejeitam a possibilidade de apoio ao sistema distrital, em que estados e cidades são divididos por distritos e cada candidato pode disputar em apenas uma área.
O presidente do PSB admitiu que seu partido está rachado sobre a criação de um possível voto em lista.
- Temos um conjunto expressivo que defende a lista e outro que defende o proporcional. Eu defendo o consenso - disse Eduardo Campos.
Segundo o presidente do PT, Rui Falcão, houve consenso dos quatro partidos sobre o financiamento público exclusivo de campanha, a redução do mandato de senador para quatro anos a partir de 2018 e a redução da idade mínima para candidatos ao Senado (que passaria de 35 para 30 anos) e para a Câmara de Deputados (de 21 para 18 anos). Além disso, eles concordaram que deve passar a haver apenas um suplente de senador. Organizador do encontro, o ex-presidente Lula não falou com a imprensa.
Ficou agendada para o dia 4 de outubro uma reunião dos líderes do PT, PMDB, PCdoB e PSB com representates de entidades sindicais, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), num auditório da Câmara de Deputados, para envolver a socidade civil no debate.
DO BLOG COM GENTE DECENTE

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