A Odebrecht ganhou do governo do Rio de Janeiro, sem custos, o direito de administrar até 2048 toda a área da Estação Barão de Mauá, onde está previsto o terminal do trem-bala na cidade. O prazo pelo qual a Odebrecht tem o direito de explorar comercialmente um prédio da estação e seu entorno, que somam quase 200 mil metros quadrados, é quase o mesmo da concessão do trem de alta velocidade. O projeto, orçado em R$ 38 bilhões, é a maior obra pública em gestação no país. A exploração comercial das estações e áreas do entorno é considerada receita importante dentro do projeto do trem-bala brasileiro e, com frequência, em outros lugares do mundo. Quem vencer o leilão terá que negociar com a Odebrecht para utilizar a área.
Pelo contrato com o governo do Rio, a Odebrecht pode "usar os bens (...) vinculados à concessão (...) para a realização de atividades correlatas ou que, de alguma forma, se prestem à obtenção de receitas alternativas ou complementares". A Odebrecht não será dona do terreno e da estação, tendo que devolver ao governo, no fim da concessão, tudo o que for construído. O metro quadrado de um terreno simples na região pode passar dos R$ 2.000, o que faria o terreno ser estimado em cerca de R$ 400 milhões.
Mas, para um arquiteto ouvido pela Folha, o valor é inestimável, pois fica entre três áreas que terão grandes investimentos. A primeira é o Porto Maravilha, onde a prefeitura aprovou permissão para prédios de mais de 50 andares. Também fica próximo à Cidade Nova, onde já ocorre uma remodelação urbana, e do Maracanã, que terá seu entorno revitalizado para a Copa. A empresa já reclamou das novas regras do trem-bala, que preveem que a companhia que construirá a linha não poderá ser sócia da que vai gerenciar as estações e a linha. O grupo quer participar das duas etapas. (Da Folha de São Paulo)
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