terça-feira, 30 de agosto de 2011

Se Maria do Rosário está desocupada, eu lhe arranjo uma ocupação. Ou: Este homem está sendo torturado pelo governo do PT!


O que faz aquele homem algemado, ao fundo, em condição obviamente desumana, vigiado por outro, uniformizado, de cassetete na mão? Por que Maria do Rosário, a ministra dos Direitos Humanos, não se interessa pela vítima? Uma vítima do governo que ela representa
O que faz aquele homem algemado, ao fundo, em condição obviamente desumana, vigiado por outro, uniformizado, de cassetete na mão? Por que Maria do Rosário, a ministra dos Direitos Humanos, não se interessa pela vítima? Uma vítima do governo que ela representa
Não, queridos, não me cansarei de fazer esta pergunta: “Até quando VEJA vai insistir em tisnar com a verdade o discurso dos mistificadores?” Assim não é possível! Se certo tipo de governante e alguns cachorros loucos não puderem atuar livremente, sem uma imprensa que lhes lembre que o estado de direito existe, que graça tem ser um poderoso? É, trata-se der uma forma de ver o mundo.
Escrevi no começo da manhã de hoje um texto em que passo uma descompostura na ministra dos Direitos Humanos, dona Maria do Rosário. Representante de um governo que assiste, inerme, a mais de 50 mil homicídios por ano no país, ela foi à Assembléia Legislativa de São Paulo deitar proselitismo contra a polícia mais eficiente do Brasil. O que é isso? DESOCUPAÇÃO! E desocupação é a morada do capeta.
Não que falte trabalho à Dona Maria caso ela queira deixar a ideologia de lado e se dedicar com seriedade a seu cargo. A VEJA desta semana — eita revista encrenqueira esta, não é mesmo!? — traz uma reportagem de Fernando Mello que é um tapa na cara das instituições, evidenciando a brutal ineficiência dessa gente. Leiam um trecho.
Vieram com assinatura as balas que mataram a juíza Patrícia Acioli, 47 anos, no último dia 12, no Rio. Calibre 40. Elas pertenciam a um lote comprado pela Polícia Militar e distribuído entre vários batalhões, incluindo o de São Gonçalo, onde atuava a magistrada. Nessa região, viceja uma praga que Patrícia se dedicava a combater com especial empenho: as chamadas milícias, quadrilhas que, nascidas das fileiras da polícia com propósitos vagamente bem-intencionados, se convertem rapidamente em bandos de matadores a soldo dos próprios interesses ou de quem pagar melhor. Até há pouco tempo, esse cancro estava restrito ao Rio de Janeiro. Agora, alastra-se pelo território nacional.
Levantamento realizado por VEJA junto à Polícia Federal e polícias estaduais mostra que, com maior ou menor grau de organização, as milícias estão presentes em pelo menos nove estados brasileiros, além do Rio: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Há desde células pequenas, com não mais do que dez integrantes, até organizações que comporiam mais de uma centena de membros. A absoluta maioria desses grupos é formada por policiais e ex-policiais civis e militares, mas há os que incluem também egressos da Polícia Federal, do Exército e da Aeronáutica.”
Voltei
Um dos trabalhos a que se tem dedicado a cúpula da Segurança Pública em São Paulo é impedir que esse cancro se estabeleça também na maior corporação policial do país, que só perde para as Forças Armadas. Os desvios existem, sim. Só que são punidos — nas duas polícias, tanto a Civil como a Militar. Há dias, o PT se São Paulo se associou a outras forças obscurantistas para tentar tirar, por exemplo, a Corregedoria da Polícia Civil do âmbito da Secretaria de Segurança. Parece haver uma ação deliberada do partido para tentar instalar o baguncismo no estado.
Muito bem! Hoje, a tarefa número um de uma Secretaria de Direitos Humanos de âmbito federal é combater esse mal que se alastra, que ceifa vidas, que estabelece tribunais informais, que impõe a pena de morte ao arrepio da lei, para atender aos interesses de quem encomenda o serviço. Mas não! Dona Maria do Rosário quer tirar cadáveres do armário para contar a história segundo a mitologia de sua turma. A  sua “Comissão da verdade” tem tudo pra ser um tribunal da revanche. Em vez de atuar para evitar novos cadáveres, pretende mitificar os cadáveres de estimação.
Milícia indígena
A reportagem de Fernando Mello traz uma informação espantosa. As milícias chegaram às tribos indígenas, que vivem sob a guarda da Funai, um órgão do governo federal. Notável instituição esta! Alguns de seus antropólogos — em nome da diversidade, do multiculturalismo e da preservação das tradições indígenas — mobilizam-se até para defender o infanticídio, mas assistem, inermes, ao que Mello relata. Leiam:
“Pelo país, a praga das milícias dis­seminou-se de tal forma que nem os índios da Amazônia escaparam. O gru­po que se intitula Piasol - Polícia In­dígena do Alto Solimões - é formado por índios que serviram no Exército. Seu alvo, inicialmente, eram índios em­briagados. Quem fosse pego nessa con­dição apanhava e passava 24 horas pre­so em celas improvisadas, como chegou a registrar um fotógrafo do jornal A Crítica, de Manaus, em 2009 (como pode ser visto na foto acima). Não de­morou para que a milícia indígena ce­desse à mesma tentação que afeta os seus congêneres: hoje. a Piasol já cobra “taxas” sobre o comércio de produtos nas aldeias sob sua influência. No ano passado, um dos chefes do bando, Adir Ticuna, foi candidato a deputado esta­dual pelo PT.”
A foto que abre o post foi feita em 2009 pelo fotógrafo Bruno Kelly, do jornal “A Crítica”, de Manaus. Ela fala por si mesma.
Isso tudo acontece debaixo do nariz do Ministério da Justiça, pasta a que está subordinada a Funai, e da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Como os índios têm um status jurídico particular, que os torna especialmente protegidos, a responsabilidade do governo federal é óbvia. Ali está um homem sendo torturado pelo governo do PT!
Como se nota, não falta trabalho a Maria do Rosário. Falta é disposição para trabalhar.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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