No post anterior, escrevo sobre a delinqüência intelectual do secretário de Imprensa da Presidência, o senhor José Ramos Filho. Isso não é assim tão raro em Brasília, não é mesmo? Há uma clássico desse comportamento asqueroso.
No dia 17 de julho de 2007, um Airbus A320-233, da TAM, proveniente de Porto Alegre, atravessou a pista do aeroporto de Congonhas e explodiu do outro lado da avenida, ao se chocar com um prédio da própria empresa. Morreram os 187 ocupantes do avião e mais 12 que estavam em solo. O Brasil vivia o auge do caos aéreo, uma das conquistas originais do petismo. A única preocupação do governo era provar que não tinha nada com isso.
O Jornal Nacional noticiou, no dia seguinte, que o avião tinha um problema no reversor direito. O defeito não teve qualquer relação com o acidente, mas foi o bastante para o então assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e Bruno Gaspar, seu homem de imprensa, reagirem como se nota abaixo.
Comemoração? À época, os jornalitas procuraram Marco Aurélio para que ele explicasse seu gesto. Depois de pedir um tempinho para assistir à própria performance, explicou:
“Não aceito dizer que a gente comemorou. Foi um momento de extravasamento com a conclusão de que o acidente pode ter sido mais complexo do que em princípio chegaram a levantar. Foi uma reação de ‘poxa, tá vendo?’… Porque houve precipitação. Alguns setores tentaram atingir o governo politicamente e nos culpar. Agora está visto que não é bem assim”.
“Não aceito dizer que a gente comemorou. Foi um momento de extravasamento com a conclusão de que o acidente pode ter sido mais complexo do que em princípio chegaram a levantar. Foi uma reação de ‘poxa, tá vendo?’… Porque houve precipitação. Alguns setores tentaram atingir o governo politicamente e nos culpar. Agora está visto que não é bem assim”.
Ah, bom! Assim fica tudo explicadinho. Eles estavam pouco se lixando para a tragédia. Só a questão política importava. Voltem ao noticiário de então. O Apedeuta, que discursava até em solenidade de coroamento de cabeça de bacalhau, desapareceu. Era tal o receio de se comprometer com o assunto que não expressou nem mesmo a natural soildariedade aos famiiares das vítimas. A solenidade ficou por conta da charmosa dupla Garcia & Gaspar. Não tem jeito! Eles são quem são e só por isso estão juntos. É uma escolha, mas também é uma natureza.
Por Reinaldo Azevedo
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