Eu não vou desistir da verdade. Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff fez o óbvio: foi grata à “herança bendita” de Lula etc e tal. Alguém esperava algo diferente? A pauta do dia hoje, neste blog, foi esta: o nome da doença política do Brasil é Luiz Inácio Lula da Silva. Pois bem. O homem que editou uma MP reunindo sob o nome-fantasia “Bolsa Família” programas criados por FHC era radicalmente contrário a esse mecanismo de transferência de renda. Ele achava que não passava de “esmola” e que as pessoas que recebiam bolsas ficavam vagabundas.
Em abril de 2003, Lula ainda insistia no seu estúpido “Fome Zero”. Num discurso no dia 9 daquele mês, atacando os programas de bolsas numa solenidade na presença de Ciro Gomes, afirmou que quem recebia aquele dinheiro não plantava macaxeira:
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Pois não é que este senhor passou para a história — a história contada por vigaristas, que Alckmin, na prática, contestou na tarde desta quinta — como o criador daquilo com que ele queria acabar? Mais tarde, Lula passou a dizer que aquilo que ele próprio afirmava era coisa de “gente imbecil, de gente ignorante”. Como discordar? Vejam de novo este filme. Volto em seguida.
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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
18/08/2011
às 21:21Eles escondem a verdade? Eu mostro.
Eu não vou desistir da verdade. Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff fez o óbvio: foi grata à “herança bendita” de Lula etc e tal. Alguém esperava algo diferente? A pauta do dia hoje, neste blog, foi esta: o nome da doença política do Brasil é Luiz Inácio Lula da Silva. Pois bem. O homem que editou uma MP reunindo sob o nome-fantasia “Bolsa Família” programas criados por FHC era radicalmente contrário a esse mecanismo de transferência de renda. Ele achava que não passava de “esmola” e que as pessoas que recebiam bolsas ficavam vagabundas.
Em abril de 2003, Lula ainda insistia no seu estúpido “Fome Zero”. Num discurso no dia 9 daquele mês, atacando os programas de bolsas numa solenidade na presença de Ciro Gomes, afirmou que quem recebia aquele dinheiro não plantava macaxeira:
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Pois não é que este senhor passou para a história — a história contada por vigaristas, que Alckmin, na prática, contestou na tarde desta quinta — como o criador daquilo com que ele queria acabar? Mais tarde, Lula passou a dizer que aquilo que ele próprio afirmava era coisa de “gente imbecil, de gente ignorante”. Como discordar? Vejam de novo este filme. Volto em seguida.
O nome da doença da política brasileira é Luiz Inácio Lula da Silva.REV VEJA
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