D. nasceu em 1959. Em 1º de abril de 1964 assistiu da janela de casa o incêndio da UNE. O choque dos adultos ao ver a barbaridade cometida contra a sede da casa dos estudantes não foi maior que o desse menino de 5 anos recém completados que chorou copiosamente durante muito tempo e não dormiu bem algumas noites seguidas.
Adulto, universitário, politizadíssimo, filiou-se ao PT e era um entusiasmado defensor do partido, discutindo e debatendo sempre apaixonadamente. Foi dele que recebi a estrelinha do PT da qual falei aqui na semana passada.
Aos poucos, foi caindo na real e posso testemunhar que sua maior decepção foi com o senhor José Dirceu. O mensalão foi o outro choque que recebeu, talvez maior que o do incêndio da UNE.
O que me entristece sobremaneira é ver que ao decepcionar-se com seu partido, parece ter se decepcionado com o Brasil.
Assim como ele, são muitos os que perderam o interesse por política e se limitam a votar nas eleições. E olhe lá...
O PT pode ter, e tem, seguidores jovens, como esses que estão no congresso em Goiânia e que alegam, para defender a UNE da acusação de ser chapa branca, que a entidade “não abre mão de posturas críticas”, tanto que defendeu a saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central!
Melhor fariam se defendessem a UNE de receber verbas do Estado para encenar um Congresso, verbas que seriam mais bem empregadas em outros benefícios para os estudantes universitários. Diz o presidente da UNE que o “patrocinador é o dinheiro público”. E é.
Dinheiro público, caso ele não saiba, não é dinheiro que vem do éter, é dinheiro que sai do bolso dos brasileiros e, portanto, temos o direito de exigir prestação de contas pública e mais, um relatório bem detalhado sobre a pauta do Congresso e quais as deliberações tomadas.
Era bom que explicasse também qual o motivo dos enfáticos agradecimentos do ex-presidente que chegou a dizer que “é grato à UNE pela lealdade na adversidade”.
De qual adversidade esse homem fala? Não compreendi. Ele não saiu do Palácio mergulhando nos braços do povo, literalmente? Não é ele que tem mais de 80 % de aprovação popular? Não é ele que o povo adora?
Adversidade? O Lula? Não é ele que é perseguido por essa Imprensa que nem lida é, como ele nos garantiu ontem, mas que nunca o esquece?
“Eu estou ficando invocado, porque já faz seis meses que eu deixei a Presidência, mas eles não saem do meu pé”.
Pois eu penso que nisso ele está certo. Os jornalistas deveriam, a partir de hoje, sair do pé dele. Deixem o cidadão Lula descansar dos holofotes, coitado. Ele odeia as luzes em cima dele. Tenham dó...
DO BLOG DO NOBLAT
REV VEJA
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