quinta-feira, 9 de junho de 2011

Factoides paralisantes

MENTIRA
“Jamais ficaremos paralisados diante de embates políticos. Sabemos travar o debate e ao mesmo tempo governar.” (Presidente Dilma Rousseff, na posse da nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em Brasília, 08/06/2011.)
A VERDADE
O governo Rousseff está paralisado, e não apenas por conta dos embates políticos, como classifica a presidente petista. A saída de Antonio Palocci, seu ministro mais forte, foi apenas um dos sinais de fragilidade de um governo que ainda não começou, seja por incompetência gerencial, falta de rumo, ou pelo peso da herança maldita deixada pelo ex.
Até agora, o que o país tem visto é uma série de promessas de campanha quebradas, um emaranhado de discursos que não saem do papel. E o lançamento de programas que não passam de tentativas de esconder a imobilidade, a falta de ações efetivas.
Exemplo foi o anúncio, no mesmo dia da conturbada troca de comando na Casa Civil, do Plano Estratégico de Fronteiras. Rousseff chamou para si a responsabilidade da coordenação do programa e ressaltou que a segurança pública é uma de suas prioridades. Até daria para acreditar, não fosse o programa mais um ajuntado de ideias genéricas, que chega com mais de oito anos de atraso, e tem orçamento irrisório – R$ 120 milhões –, que não chega a um décimo dos recursos que Rousseff tirou do Ministério da Justiça este ano. No Brasil de verdade, as fronteiras desguarnecidas mostram sua cara na epidemia de crack e oxi que assola o país, nas armas ilegais que dão poder aos bandidos e assustam os brasileiros de bem.
Na semana passada, o factoide de Rousseff foi o Brasil sem Miséria, uma lista de intenções e de ações pontuais que não resolverão os problemas estruturais de carência. Antes disso, a privatização dos aeroportos, que nem no papel existe; o trem-bala, obra bilionária que ninguém sabe para o que serve; o Vant, que não decola porque falta dinheiro para o combustível.
Outras estrelas de campanha e do governo do PT, como o Minha Casa, Minha Vida, estão literalmente paralisadas. O PAC, empacado. A inflação acima do teto. Os juros nas alturas, mantendo o Brasil campeão mundial no quesito. Preços subindo e salários corroídos.
Nesse mar revolto de incertezas, um país perplexo assiste à sua liderança maior vir a público afirmar que finalmente tomou as rédeas do governo e que, agora sim, é o verdadeiro início da sua gestão. Para quem está de fora, a impressão é de que começa a quarta gestão petista na Presidência. Que ainda não disse a que veio.
DO B. GENTE QUE MENTE

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