A primeira-dama de Campinas (93 km de São Paulo), Rosely Nassim Santos, e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), estão sendo procurados pela Justiça. Eles tiveram a prisão preventiva decretada na noite de ontem (9), assim como outros cinco acusados de envolvimento em um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Campinas.
Nesta manhã, já foram presos o ex-secretário de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto, e o ex-diretor comercial Sanasa (empresa mista de tratamento de água e esgoto da cidade), Marcelo de Figueiredo. Os demais também são considerados foragidos.
A Corregedoria da Polícia Civil e os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) seguem em operação à procura dos outros acusados. As prisões foram decretadas pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas, Nelson Bernardes.
Dos envolvidos, seis já constavam na lista de 20 mandados de prisão temporária decretados em 20 de maio, quando 11 pessoas foram presas. Na ocasião, os promotores informaram à Justiça que apenas não pediam a prisão temporária de Nassim porque ela e o prefeito Hélio de Oliveira Santos, o dr. Hélio (PDT), haviam conseguido, no início de maio, uma liminar com habeas corpus preventivo.
Na última semana, no entanto, o desembargador do Tribunal de Justiça Amado de Faria publicou um novo entendimento sobre a liminar dos dois, afirmando que ela impediria que o juiz de primeira instância determinasse medidas coercitivas que envolvessem o casal (como quebra de sigilo bancário de uma conta conjunta), já que o prefeito só pode sofrer determinações do Tribunal de Justiça. O privilégio de função, no entanto, não valeria para pedidos que se referissem única e exclusivamente à primeira-dama.
A investigação do Ministério Público teve início em 2009, mas contou com um novo desdobramento em janeiro deste ano, quando o ex-presidente da Sanasa Luiz Augusto Castrillon de Aquino, optou pela delação premiada e revelou detalhes do esquema de corrupção em troca de proteção judicial.
Segundo Aquino, Nassim chefiava um esquema de arrecadação clandestina na prefeitura, cobrando propina de empresas para que vencessem licitações, em sua maioria de obras e serviços prestados à Sanasa. As fraudes incluíam agentes públicos que recebiam parte da verba ou eram responsáveis por cobrar o dinheiro das empresas.
A defesa da primeira-dama tem negado a participação dela no suposto esquema de corrupção. O vice-prefeito, que já havia sido preso temporariamente no final de maio, também negou ligação com pagamento de propinas. Ele foi solto no dia seguinte por determinação da Justiça.
MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
DA FOLHA
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