quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vice-prefeito de Campinas é preso ao desembarcar em aeroporto

O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), foi preso na noite desta quinta-feira logo após desembarcar no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). Ele estava na Europa e tinha um mandado de prisão em seu nome por suposta participação em um esquema de fraudes em licitações.
Um carro da Polícia Federal o aguardava no aeroporto e Vilagra não chegou a passar pelo terminal de passageiros do aeroporto. Após ser preso, o vice foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de Campinas.


Na última sexta-feira (20), onze empresários e servidores públicos foram presos sob suspeita de participação no esquema, que, estima-se, envolveu cerca de R$ 50 milhões em contratos municipais. Como estava fora do país, Vilagra foi considerado foragido da Justiça.
Pelo Twitter, no dia da operação, o vice de Campinas disse que anteciparia o retorno e afirmou estar surpreso com a denúncias de corrupção. "Estou surpreso, mas tranquilo. Tenho clareza de minhas ações e de que elas têm lisura", escreveu. Ele também informou deixar a presidência da Ceasa, companhia de abastecimento de Campinas.
Valéria Abras/Divulgação
O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (à dir.), foi preso nesta quinta-feira em Guarulhos
O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (à dir.), foi preso nesta quinta-feira em Guarulhos
INVESTIGAÇÃO
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de Campinas, investiga denúncias de supostas fraudes em contratos públicos na cidade. Seis das 11 pessoas presas na última sexta-feira (20) continuam detidas.
Além do vice-prefeito, oito pessoas seguem foragidas, entre elas os ex-secretários de Comunicação, Francisco de Lagos, e de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto, exonerados na terça-feira (24).
A principal peça da ação do Ministério Público é o testemunho de Luís Aquino, que presidiu a Sanasa de 2005 a 2008, e que prestou depoimento em troca da delação premiada.
PRIMEIRA DAMA
A primeira-dama e chefe de gabinete da Prefeitura de Campinas, Rosely Nassim Santos, também está entre os investigados.
Segundo o Juiz Nelson Bernardes, que na última sexta-feira determinou a prisão temporária de 20 investigados, o Ministério Público só não solicitou a prisão da primeira-dama porque ela conseguiu um habeas corpus preventivo por liminar.
O prefeito da cidade, Hélio de Oliveira Santos (PDT), o dr. Hélio, disse que ela deve ser afastada do cargo assim que o habeas corpus for julgado.
"Assim que julgado o habeas corpus, Rosely também deve ser afastada", afirmou o prefeito. Segundo ele, a primeira-dama segue no cargo por respeito a seu direito de defesa.
Dr. Hélio afirmou ainda que a investigação em andamento tem ações "arbitrárias" e que não se envolverá no requerimento protocolado na Câmara dos Vereadores na última sexta-feira com pedido de impeachment.
Reportagem da Folha na edição desta quinta-feira do jornal mostrou que Rosely chegou a estabelecer "metas" anuais para as empresas que pagavam propina no esquema de fraudes em licitações.
PIERRE DUARTE
DE SÃO PAULO
DA FOLHA

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