domingo, 15 de maio de 2011

Brasil está no fundo da lixeira



Desconfiamos que o país está sem rumo. E tal desconfiança remonta há mais de 30 anos, desde o início dos anos 80, quando o país parou de crescer, e se deteriorou a olhos vistos. Cada legislatura é pior que a anterior. Os economistas perderam o senso de crítica. A imprensa pouco denuncia. E quem paga é a população, sem se aperceber disso. É incrível a cegueira, surdez e mudez de um povo.
 
A inflação voltou a sair de controle. E não é por culpa do mundo,  como diz o governo, mas nossa mesmo, que não sabemos mais fazer política econômica. Erramos sem querer? Ainda a comprovar, já que os governos ganham muito com a inflação.
 
A arrecadação cresce e as despesas permanecem por algum tempo. 
 
Os empresários também, já que os salários crescem anualmente.
 
A dívida interna já passa de R$ 1,7 trilhão nas mãos do público e cerca de R$700 bilhões com o Banco Central e que não consegue repassar ao público, o que soma R$ 2,4 trilhões. Essa dívida era de R$150 bilhões em 1994, de R$ 1 trilhão em 2002 e será de R$ 2,8 trilhões em 2014. Em 2010 o governo pagou R$190 bilhões só em juros sobre a dívida; em  2011 pagará cerca de R$230 bilhões. O PAC , menina dos olhos do governo, que praticamente não anda, tem orçamento anual de 40 bilhões. Há algo de podre no Reino da Dinamarca, como diria Shakespeare.
 
A corrupção avança a olhos vistos. Nunca antes neste país se viu coisa igual.
 
A explicação é que hoje há mais denúncias. Mas é  fato mesmo e a arrecadação de tributos é a prova. É a mais alta carga tributária do planeta e o retorno é ínfimo. Fica difícil explicar a diferença. Só podem ser atalhos "desconhecidos".
 
As despesas do governo crescem sem proporção.
 
E mesmo os seguidos aumentos de impostos não as cobrem, o que vai arrebentando o País. Em poucos anos não haverá dinheiro para nada e a alternativa é  subir impostos.
 
O Exército, a Aeronáutica e a Marinha estão com seus equipamentos sucateados.
 
Não há recursos nem para trocar peças.
 
Nossos  os aeroportos estão com capacidade exaurida. Viajar de carro? Outro sonho. As estradas estão sucateadas. Salvam-se as de São Paulo e outras poucas no país. Mas é fácil ficarem boas com o abuso dos pedágios.  Todos dizem que é melhor pagar pedágio do que andar em estradas ruins, que destroem os carros, mas ninguém pensa com a lógica correta, que  deveríamos ter estradas boas sem pedágio. Com os altos impostos e com o IPVA, deveríamos ter boas  estradas.
 
Trem, nem pensar. Os poucos que temos são para carga, os trens urbanos são poucos e nossa malha ferroviária é a pior do mundo. Temos só 28 mil quilômetros de ferrovias, o que dá 3,4 quilômetros de ferrovias por 1.000 km2 de território (na Argentina são 12, na França 60, na Inglaterra 70 e na Alemanha 130 por km2).  Os EUA têm 300.000 quilômetros de ferrovias. No nosso mapa, quase não vemos a ferrovia; quando olhamos o dos EUA, quase não vemos o mapa.
 
Somos um país rodoviarista. 60% das nossas cargas transitam pelas estradas.
 
Nos EUA, só 32%. E  temos 1,6 milhão de quilômetros de estradas, com apenas 170.000 asfaltadas. O Tio Sam tem 6 milhões, todas asfaltadas.
 
Nossas fronteiras não são vigiadas e entra de tudo. Há dias, repórteres de um grande jornal compraram uma arma no Paraguai, e a receberam por motoboy, em frente ao hotel, vindo pela Ponte da Amizade. É muita amizade.
 
O conselho de Ética do Senado tem 15 novos membros – e  boa parte deles responde a inquéritos e processos no STF. Aliás, não entendemos  por que nossos  representantes respondem no STF e nós, pagadores de seus  salários e  mordomias, respondemos na justiça comum.
 
Pagamos os mais caros combustíveis, internet, energia, telefonia etc.. Recebemos péssimos serviços de  saúde, educação e segurança. E ainda temos que ouvir que somos pessimistas!
 
Publicado pelo Diário do Comércio

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