domingo, 10 de abril de 2011

O novo discurso tucano continuará velho?

O novo discurso de oposição do tucanato será feito em cima da inflação, segundo informações dos jornais.  Esta será a bandeira do próximo programa de TV e os próximos comerciais em horário nobre. Se depender de como a inflação foi abordada no longo discurso feito por Aécio Neves (PSDB-MG) no Senado, como novo líder das oposições,as perspectivas são desanimadoras. Em quase uma hora de obviedades, ouvimos apenas este chavão velho, carcomido e sem apelo eleitoral: 

Vemos, infelizmente, renascer, da farra da gastança descontrolada dos últimos anos, e em especial do ano eleitoral, a crônica e grave doença da inflação.

Existe uma enorme diferença entre os dias de hoje e os idos tempos do Plano Real , cujo sucesso colocou os tucanos no poder por oito anos. A inflação, no início dos anos noventa, era efetivamente sentida pelas pessoas, era uma praga que destruía recursos e riquezas da noite para o dia.  Muito diferente de hoje. A inflação que está de volta ainda não foi percebida claramente pela maioria da população, encantada pela melhoria na renda, pelo preço competitivo dos importados e pela facilidade de crédito. Quem irá dizer ao eleitor que as torneiras do crédito fácil deverão ser fechadas e que o número máximo de prestações do carrinho mil será reduzido para doze vezes? O combate à inflação exige medidas duras e impopulares. Os tucanos vão ter habilidade para tratar do tema junto ao eleitor? Pelo histórico mercadológico dos emplumados, com as suas luvas de pelica e seus punhos de renda,  o risco é que ainda  caiam na armadilha de dar a receita e recomendar ações, em vez de cobrar medidas e empurrar o problema para o colo do governo petista.

O PT, se estivesse no lugar do PSDB, faria o seguinte discurso: 

"O governo da Dilma e do Lula gastaram demais no cartão corporativo, nas viagens, nas diárias e no empreguismo na máquina pública. Agora é você que está pagarndo o preço  desta gastança sem controle. A inflação está de volta. O mês está maior do que o seu salário. Em vez de aumentá-lo, a Dilma aumenta a gasolina, o álcool, a comida no supermercado e já está falando até em diminuir o número de prestações para que você não possa comprar o seu fogão, a sua geladeira, o seu carrinho. Os juros já dispararam e o banco está cobrando mais  impostos de você.  Sabe como é que o governo quer que os preços baixem? Impedindo que você compre! Dificultando o crédito! Com isso, as lojas não vendem e demitem os vendedores. As indústrias não produzem e demitem os operários. Quem tem que parar de gastar é a Dilma, não você que trabalha duro para comprar o que precisa". 

Este é o discurso politicamente correto para quem está na oposição e almeja voltar ao poder. Não era este o discurso do Lula?  Resumo: os tucanos aprendem a falar com o povo ou, de novo, vão falar com as paredes.
DO B. DO CEL

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