terça-feira, 8 de março de 2011

PARA ENTENDER A SORDIDEZ DA POLÍTICA E A FRAUDE DA ABERTURA DEMOCRÁTICA


“O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” (Bertolt Brecht)


INTRODUÇÃO


O entendimento e a interpretação dos fatos sociais se inserem como fundamentos da luta pela liberdade, que necessita do domínio de um determinado nível de conhecimento para que esta busca possa resultar em benefícios à sociedade através dos atos construtivos dos seus agentes, os cidadãos.


Não podemos governar adequadamente nossas vidas se não soubermos compreender o meio político que nos cerca, que já existia quando viemos ao mundo.


A manutenção do meio político que encontramos, a sua piora, ou sua melhora, depende do produto dos esforços individuais que se coletivizam, refletindo nossa educação e nossa cultura adquirida e, principalmente, nossos interesses maiores que vêm à tona ao longo da luta pela sustentação de nossas famílias e para viabilizar nosso crescimento pessoal e profissional.


Na medida em que o tempo passa e vivenciamos nossas experiências de formação familiar e educacional formal – nas instituições de ensino de todos os níveis –, estaremos definindo uma perspectiva pessoal e cultural sobre os valores que devem conduzir nossas atitudes ao longo de nossas vidas, e o que pensamos sobre o que é certo ou errado, moral ou imoral, ético ou aético.


Em condições normais esse processo não se interrompe e estamos sempre procurando ampliar os horizontes e a competência do nosso discernimento para que tenhamos sucesso pessoal e profissional na nossa inserção social.


Existe um pano de fundo que pode ser considerado como o maior responsável, ou pelo aperfeiçoamento moral das relações sociais, ou pela sua degeneração ou desmoronamento: a exemplar punição, ou a sua falta, de todos os que aviltam os padrões estabelecidos como válidos para as relações sociais, ou desrespeitam as normas legais constituídas para preservar nossos direitos e nos conduzir a cumprir com nossas obrigações.


As recorrentes impunidades aos desvios de conduta moral, assim como a sistemática prática do ilícito no confronto com os códigos legais que regulam o comportamento formal da sociedade, têm se apresentado como hediondos instrumentos de degeneração das relações público-privadas, os mais poderosos instrumentos que têm sido usados pelos que se arvoram a conduzir a sociedade para ser controlada por regimes autoritários refletindo um projeto de poder para o exercício da política em seu estado mais sórdido, corrupto e criminoso.


Dois fatores devem ser apontados como os grandes responsáveis pela transformação da política, de uma ciência que deveria preconizar o exercício da arte de governar para o bem comum, em um hediondo instrumento de formação de oligarquias público-privadas corruptas e corporativistas, assim como das burguesias que lhe dão forma, e que juntas transformam a política no “estado da arte” da sordidez e miséria moral humanas: a intencional falência educacional e cultural das massas, e a degeneração corrupta, corporativista e prevaricadora dos instrumentos de aplicação da Justiça para punir os que a desafiam.


Podemos, sem temor, debitar à degeneração moral do Poder Judiciário durante a Fraude da Abertura Democrática em andamento a maior responsabilidade pela transformação do Brasil em um Paraíso de Patifes, assim como pelo fato de estarmos sendo governados por uma Ditadura Civil Fascista de uma República de mentira, sem oposição política, mas com um Parlamento servil ao Poder Executivo e que foi transformado em um covil protetor de bandidos com servidores públicos eleitos pelos votos para terem direito seletivo às mais elevadas remunerações e benefícios diretos e indiretos comparativamente a outros países.


(Continua no próximo artigo.)


Geraldo Almendra

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