Enquanto o PT vai pagar salário para Lula, enquanto o PSDB coloca Fernando Henrique Cardoso na televisão como a estrela da sigla, uma parcela do DEM, comandada por Rodrigo Maia, atua para expulsar o seu presidente de honra, o ex-senador Jorge Konder Bornhausen, o mais ferrenho adversário da esquerda brasileira, o homem que Lula quis extirpar da política e que, em vitória histórica, elegeu um dos dois governadores do partido, em primeiro turno, em Santa Catarina.
Está na imprensa que último ato partidário do Kaiser será em 15 de março próximo, na convenção do Democratas, que vai eleger um novo presidente. Se for assim, o gesto será por demais simbólico. Ele não só representará o encerramento de uma carreira brilhante, de um homem público de primeira grandeza, cruelmente traído por jovens que ele ajudou a colocar lá para revitalizar o partido. E que, em vez disso, falsificaram o estatuto para alijar definitivamente do comando partidário os seus fundadores, entregando a legenda para o projeto pessoal, mesquinho e traiçoeiro de Aécio Neves.
O gesto de Bornhausen representará o fim do Democratas, engolido pelo fisiologismo de figuras apagadas, sem história e, na maior parte das vezes, sem voto. A experiência e a astúcia do Dr. Jorge, como é chamado no partido, não poderia conviver com a ingenuidade e a falta de ética que dividiu o DEM. Sim, porque é de uma ingenuidade patética achar que Aécio Neves é um aliado confiável. Ao contrário, ele usará esta aliança oportunista enquanto dela precisar para, depois, buscar forças maiores para o seu Projeto Minas. Bastaria que este DEM que traí e sabota o próprio partido olhasse para Minas Gerais: dos 53 deputados federais eleitos em 2010, apenas 3 são do DEM e olhem que a coligação PSDB, PP e DEM elegeu 18 parlamentares. A fotografia do DEM, em Minas Gerais, que sempre apoiou Aécio, é a visão futura do partido no resto do Brasil, após ser vampirizado pelo mineiro.
Se trocar a botina com bico de aço por um par de havaianas, Jorge Konder Bornhausen terá toda a razão. É hora mesmo de curtir a vida, os amigos e a família. Não dá para vencer quando o inimigo está na própria trincheira. Não dá para fazer política ao lado de gente burra.
DO BLOGO COTURNO NOTURNO
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