quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Locupletemo-nos todos, decidiram deputados e senadores, diante do silêncio do presidente e seus ministros.

Quinta-feira, Dezembro 16, 2010

A frase é de Stanislaw Ponte Preta: "restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos". Os senadores e deputados brasileiros decidiram pela segunda alternativa e concederam a si mesmos aumentos que são uma afronta e um acinte aos brasileiros. Geraram um gasto adicional de R$ 1,8 bilhão por ano aos cofres públicos, pelo efeito cascata da concessão de um aumento de 62% aos próprios salários. Arrastaram consigo os ministros e o Presidente da República, que tiveram aumentos ainda maiores, chegando a 133%. Enquanto isso, já caiu um relator do Orçamento, envolvido em grossas falcatruas. A substituta, se não tivesse virado ministra das tainhas, também teria caído, pois enviou milhões em emendas para cabos eleitorais em Santa Catarina. A terceira relatora só não caiu porque não tem vergonha na cara, tendo como assessora direta uma ongueira que obteve R$ 4 milhões para instituições fajutas, em emendas do orçamento.

O país está anestesiado. Certa vez, um velho amigo fez uma interessante análise. Dizia ele que o dinheiro frio, aquele sem origem declarada, é o dinheiro mais limpo do mercado. Dizia ele que este dinheiro não paga imposto para os políticos roubarem. Dizia ele que este dinheiro não é depositado em bancos para os banqueiros afanarem. Dizia ele que este dinheiro vivo e não contabilizado vira 100% consumo, 100% salário, 100% riqueza. Olhando o que os deputados e senadores aprovaram no dia de ontem, em benefício dos próprios bolsos, começo a concordar com aquele velho amigo. Se 40% do dinheiro vira imposto para o governo e, destes, 30% viram corrupção e outros 90% viram pagamento da famigerada máquina pública, incluindo presidente, ministros, deputados, senadores, juízes, promotores ganhando salários astronômicos, sobra muito pouco para o povo. Talvez esta seja a única saída para acabar com tanta sujeira: a desobediência fiscal, o retorno ao escambo ou coisa que o valha para não botar mais dinheiro na mão desta canalha.

B. DO CEL

Nenhum comentário:

Postar um comentário