quarta-feira, 20 de maio de 2020

É preciso vencer o Conformismo Covarde

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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Além de recuperar a economia, um dos mais importantes desafios após o lockdown tupiniquim do KungFlu será conter a Escalada do Conformismo Covarde que infectou a sociedade brasileira. A maioria aceitou, passivamente, as imposições fora-da-lei de governadores e prefeitos, sob a desculpa de combate à pandemia. A maioria foi midiaticamente induzida a trilhar o caminho do medo, e todos vamos pagar um altíssimo preço por isso.
Exceções à tendência covarde são sempre bem vindas. Ontem, a pressão popular contra os abusos do Governador Wilson Witzel deu resultado. A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (uma das notórias casas das “rachadinhas”) vetou o projeto de lei que permitiria a declaração de lockdown no Estado. O povo carioca e fluminense não aceitou ser confinado por seus governantes. Mas parece que isto foi um ponto fora da curva do coroninha...  
O comportamento medroso de cordeirinhos com espírito de hienas demonstra que temos um caldo de cultura para aceitar epidemias de autoritarismo no Brasil. Já temos um número incontável de leis e afins para regular, abusivamente, a vida das pessoas. O regramento excessivo, combinado com um sistema Judiciário que não funciona Direito, facilita irregularidades, abusos de autoridade e impunidades. O esquema judasciário facilita o esquema de rigor ou perdão seletivo, dependendo do poder econômico e/ou político.
Os abusos autoritários continuam flagrantes. Desde a declaração do Estado de Emergência da Pandemia, alguns governadores e prefeitos vêm cometendo excessos sob o pretexto de combate à epidemia. Milhares de decretos, resoluções, portarias, deliberações, emitidos todos os dias, no Brasil todo, conforme a consideração seletiva de informações pelas autoridades locais, sem consideração pelo princípio da legalidade, causando violações às liberdades preconizadas na constituição, produzindo todo tipo de experimento social discricionário.
Governadores e Prefeitos regulam o combate ao Coronavirus em desacordo com o estabelecido na Lei 13.979 de 2 de fevereiro de 2020 (“Lei de Emergência da Pandemia”). Medidas referentes a isolamento e quarentena inovam em relação às definições estabelecidas na lei, bem como desobedecem a necessidade de autorização do Ministério da Saúde (conforme estabelecido no artigo 3º, §§ 5º e 7º da Lei de Emergência da Pandemia).
Tem mais: a falta de limites claros permite que governadores e prefeitos excedam suas competências nos atos estaduais e municipais. Um exemplo grotesco: a expressão “lockdown” vem sendo utilizada como eufemismo para imposição ilegal de estado de sítio nas esferas Estaduais e Municipais. Abusivamente, são cometidas violações de direitos e garantias fundamentais da população.
Existe um fato gravíssimo, para o qual o Presidente Jair Bolsonaro deveria atentar: uma falha imperdoável do Ministério da Saúde abre uma lacuna regulatória. O Ministério tem responsabilidade de regulamentação estabelecida no artigo 7º da Lei de Emergência da Pandemia. Por falta desta regulação, fica impedido o efetivo controle dos atos normativos que regem as medidas tomadas pelos gestores locais estaduais e municipais, apesar de sua prerrogativa legal.
Como conseqüência da omissão do Ministério da Saúde, permanecem caóticas as esferas estaduais e municipais no contexto regulatório do combate ao Coronavirus, gerando enorme desgaste político, supressão de direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal sem respaldo legal ou embasamento científico comprovado (nem mesmo divulgado publicamente).
Resumindo: O Ministério da Saúde tem de agir. A Lei que declarou o Estado de Emergência da Pandemia tem de ser cumprida, corretamente, por Estados e Municípios. O Presidente Bolsonaro tem de “botar o bisturi na mesa” e fazer a legalidade acontecer. Isto é mais fácil do que ficar refém de polêmicas sobre o tratamento dos pacientes da COVID-19, que deveria ficar mais a cargo dos médicos que dos políticos.
Insistindo: O papel do Presidente é cobrar que o Ministério da Saúde cumpra a missão na pandemia. O resto é pura narrativa para defender ou derrubar Presidente. Governar é preciso.... Polemizar, nem tanto... Isto só gera mais porrada e desgaste sem fim. O Presidente tem de tomar mais cuidado para não fazer oposição a ele mesmo...
No mais, Bolsonaro e nós, o povinho, temos de agüentar o jogo sujo de politicagem, negociatas e manobras de cartéis farmacêuticos e industriais que têm hegemonia no setor de saúde. No fim das contas, tudo é business (negócio), numa saúde cuja gestão deixa a desejar no nível federal, estadual e municipal – tirando raras exceções.
Coragem Acima de Tudo! E o Acima de Todos que nos acuda! Porque o Brasil continua parecendo um grande manicômio judasciário a céu aberto... O Mecanismo se reinventa, porém a Revolução Brasileira avança, mais em ritmo jacobino que pacífico.

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