domingo, 14 de abril de 2019
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Pela primeira vez na História, cientistas conseguiram fotografar um
buraco negro. No Brasil, não precisa alta tecnologia fotográfica para enxergar
o mais perigoso buraco que engole a dignidade dos brasileiros. Trata-se do
cultivo da cultura criminosa. A conivência com o erro, a hipocrisia, a mentira
e a desonestidade arrasa com o País tanto quanto os supostos desastres
“naturais”.
Desgraças acontecem em todo lugar. Mas quando ocorrem no Rio de Janeiro,
em larga escala de destruição, ganham dimensão internacional e provocam algum
debate (sério ou equivocado) no resto do Brasil. A recente tempestade – com seus
efeitos arrasadores – provoca velhas discussões infrutíferas. Desta vez, no
entanto, parece que o problema cultural (psicossocial) do Crime
Institucionalizado vai entrar na pauta.
A tragédia do Muzema é emblemática. Quem construiu, quem foram os
engenheiros responsáveis, quem negociou, quem financiou e quem lucrou com os
imóveis daqueles prédios que desabaram? A desgraça fica mais intrigante porque
a Prefeitura do Rio de Janeiro havia embargado e interditado as obras e
construções, porém seus “donos” (quem?) obtiveram liminares no Judiciário para
o trabalho seguir e ninguém ser despejado...
O Presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Cláudio de Mello
Tavares, deveria vir a publico, na segunda-feira, esclarecer quem foi o
magistrado responsável por liminares flexíveis em favor dos empreiteiros
ocultos da Muzema. Também cabe perguntar: onde estava o Ministério Público
Estadual no trato da questão? Mais indagações pertinentes: quem foram os
advogados que patrocinaram causa tão nobre de defesa dos livres-construtores da
Muzema? Quem financiou toda esta operação judicial?
O noticiário informa que a zona da Muzema é área controlada por milícias.
Esta “entidade” é comanda por policiais (aposentados, expulsos da polícia ou na
ativa). Tais grupos operam à margem da lei. Fazem contraponto ao tráfico de
drogas, embora pairem suspeitas de que, além dos serviços de segurança
comunitária, também operem com todo tipo de comércio ilegal (“gatonet”, cartel
do gás de botijão, transporte clandestino, aluguel de armas, prostituição e até
- por que não? – pequena venda de droga à varejo, dentre outras atividades
fora-da-lei, incluindo construção, venda e aluguel de imóveis nas áreas
“controladas”.
Os “empreendedores milicianos” contam, no mínimo, com a conivência dos
moradores das regiões que controlam. Aí entra o “inocente” componente da
arraigada cultura de interação com o Crime Institucionalizado. Não importam as
“Justificativas” para a ligação direta ou indireta com os empreendimentos
criminosos. Sobram “desculpas”, principalmente as de natureza econômica. O povo
do Rio de Janeiro é, ao mesmo tempo, vítima e agente consciente ou inconsciente
das atividades criminosas.
O maior desafio é romper com essa “cultura criminosa” e implantar,
realmente, um Estado Democrático de Direito. Como lidar com uma sociedade que
cultiva a transgressão às leis, mas hoje é alto crítico da corrupção sistêmica?
Como entender um eleitorado que elege, facilmente, tantos representantes das
Organizações Criminosas? Como suportar um judiciário que concede liminar em
defesa dos interesses dos empreiteiros milicianos? As respostas não são
mágicas...
Enquanto isso, o Estado-Ladrão, seu famoso “Mecanismo” e seus bandidos de
alto ou baixo escalão continuam agindo impunemente... Governam, lucram,
enriquecem e riem da nossa cara... A Cultura do Crime dá sinais de recuo? As velhinhas
de Taubaté acreditam que sim...
Vem mais chuva por aí... Não se sabe se com ou sem enchente... Mas, ainda
bem, tem dois jogos decisivos do Flamengo x Vasco, e logo depois o Rock in
Rio... Qualquer problema? ... É só botar a culpa no Bolsonaro... Ou, então, chorar com Lula e Lulinha... O Crime
agradece...
Nenhum comentário:
Postar um comentário