Presidente francês, que chegou da cúpula do G20, em Buenos Aires, visitou o Arco do Triunfo, que foi alvo de manifestantes no sábado.
Por G1
O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou o Arco do Triunfo neste
domingo (2) após um dos monumentos mais reverenciados da França ser
vandalizado por manifestantes. Ele avalia a possibilidade de decretar
estado de emergência após o pior período de tumultos em anos.
No sábado (1º), um confronto dos manifestantes com a polícia na Avenida Champs-Elysées terminou com 287 detidos e 110 feridas, segundo o jornal "Le Monde".
Mascarados, grupos vestidos de preto percorreram livremente o centro de
Paris no sábado (1º), incendiando dezenas de carros e construções,
roubando lojas, quebrando janelas e enfrentando a polícia no pior
conflito da capital desde 1968, representando o maior desafio que Macron
enfrenta em seus 18 meses de Presidência.
Macron e importantes ministros devem se reunir mais tarde neste domingo
para considerar abrir uma emergência para evitar uma recorrência dos
protestos. O governo deverá abrir diálogo, mas não mudará sua posição,
disse o porta-voz Benjamin Griveaux, segundo a Reuters.
Uma revolta popular contra aumentos no imposto sobre combustíveis e
alto custo de vida veio à tona de repente em 17 de novembro e se
espalhou rapidamente pelas redes sociais. Manifestantes bloquearam
estradas ao redor da França e impediram o acesso a shoppings, fábricas e
alguns depósitos de combustíveis.
Em seu retorno da cúpula do G20 na Argentina, Macron visitou
imediatamente o Arco do Triunfo, monumento do século 19 que fica sobre o
túmulo do Soldado Desconhecido, e avenidas próximas onde carros foram
queimados e lojas de luxo saqueadas.
Imagens de televisão mostram o interior do Arco saqueado, uma estátua
de Marianne, símbolo da república francesa, destruída, e pichações no
lado de fora do monumento que variam de slogans anti-capitalismo a
demandas sociais e pedidos pela renúncia de Macron.
Protesto na Champs-Elysées
Protestos em todo o país reuniram 36 mil pessoas neste sábado (1º),
segundo estimativa do primeiro-ministro, Edouard Philippe. Cerca de 5500
manifestantes com "coletes amarelos" fluorescentes (gilets jaunes, em
francês) foram à Champs-Elysées.
Um grupo de manifestantes encapuzados e mascarados tentou forçar o
bloqueio montado pelas forças de segurança para fazer controles e
identificações. Latas de lixo foram derrubadas e queimadas.
A tropa de choque respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e canhões de
água. O Arco do Triunfo foi tomado por uma nuvem de fumaça.
'Coletes-amarelos'
O movimento que tem como símbolo o “colete-amarelo”, que é item
obrigatório para os veículos franceses, começou em 17 de novembro. Ele
conta com o apoio de dois em cada três franceses e uma petição "por uma
redução nos preços do combustível" que superou o milhão de assinaturas.
O primeiro dia nacional de protesto mobilizou 282.000 pessoas e a segunda cerca de 106 mil, incluindo 8 mil em Paris.
Desconcertado, o governo não consegue dialogar com representantes do
movimento que nasceu nas redes sociais, desvinculado de qualquer comando
político ou sindical.
Os anúncios feitos esta semana pelo presidente Emmanuel Macron - um
dispositivo para limitar o impacto dos impostos sobre o combustível,
assim como um "grande diálogo" - não convenceram, segundo a France
Presse.
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