Crimes teriam ocorrido durante o governo Dilma Rousseff (PT). Agentes cumprem 63 mandados de busca e 19 de prisão no Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.
Por Fernando Zuba, TV Globo — Belo Horizonte
O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os executivos
da JBS Joesley Batista, Ricardo Saud e Demilton de Castro foram presos
nesta sexta-feira (9) em uma operação que investiga suposto esquema de
corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente
Dilma Rousseff (PT). Os 19 mandados de prisão temporária e 63 de busca e
apreensão são cumpridos no Distrito Federal e em Minas Gerais, São
Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.
VEJA A LISTA DE PRESOS
- Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ministro da Agricultura
- Joesley Batista, executivo da JBS
- Ricardo Saud, executivo da JBS
- Demilton de Castro, executivo da JBS
- João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MG
- Neri Geller, deutado eleito pelo PP de MT
Também foram presos o deputado estadual João Magalhães (MDB) e o
deputado federal eleito Neri Geller (PP-MT), que foi ministro da
Agricultura de março a dezembro de 2014, durante o mandato da presidente
Dilma Rousseff (PT).
A PF faz buscas no gabinete do vice-governador de MG, que também
chefiou a Agricultura de março de 2013 a março de 2014. Ele foi preso em
uma fazenda em Vazante, no Noroeste de Minas Gerais. Os mandados foram
expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
O advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, disse não conhecer os
fundamentos da prisão e que não iria se manifestar por enquanto. O G1 tenta contato com as defesas dos demais envolvidos.
Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita
em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do
doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB.
Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina
dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB,
que recebiam dinheiro da JBS, que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley
Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.
Ainda de acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro para
políticos e partidos. Duas grandes redes varejistas de Minas Gerais
atuavam no esquema, por meio de seus controladores e diretores.
Joesley Batista
Joesley havia sido preso em setembro do ano passado
após a Procuradoria Geral da República (PGR) rescindir o acordo de
delação premiada firmado com o executivo por suposta omissão de
informações nos depoimentos.
Três dias depois, a Justiça expediu novo mandado de prisão contra
Joesley, pela prática de "insider trading", que consiste em usar
informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro, em outra
investigação. Ele deixou a prisão em março deste ano.
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