sexta-feira, 2 de novembro de 2018
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Quem mais bem definiu o efeito da escolha do juiz Sérgio Fernando Moro
para comandar o “Superministério” da Justiça na gestão Jair Bolsonaro foi o
jornalista-humorista José Simão: “Se cu piscando gerasse energia, Brasília
seria auto-sustentável”. Falando sério, Moro simboliza o compromisso do futuro
governo Bolsonaro com o efetivo e inteligente combate à corrupção sistêmica e
institucionalizada. Sobre as críticas do PT, Bolsonaro foi irônico: “Se eles
estão reclamando é porque eu fiz a coisa certa”.
A escolha de Moro foi vendida, midiaticamente, como uma feliz sugestão do
futuro superministro da Economia Paulo Guedes. Só que, nos bastidores, o fato
relevante é que o “apadrinhamento” de Moro vem das Forças Armadas, principalmente
o Exército. Obviamente, tal apoio não será oficialmente reconhecido por nenhum
militar da ativa, e muito menos pelos Comandantes. Bolsonaro deixou claro que
nunca esteve, conversou ou apertou a mão de Moro, embora tivesse grande admiração
pelo juiz.
Nos 24 minutos de entrevista coletiva para as emissoras de televisão, após
40 minutos da conversa em que Moro aceitou o encargo do Superministério da
Justiça, o futuro Presidente soltou duas mensagens que a maioria da imprensa
preferiu não dar o merecido destaque, pelo constante preconceito com os
militares. Bolsonaro frisou: “As Forças Armadas, vão, sim, fazer parte da política
nacional. Não vão ser jogadas a um segundo plano”.
Outra excelente notícia: Bolsonaro revelou que está aumentando o entrosamento
com seu vice, o General na reserva Antônio Hamilton Mourão – que também esteve
presente ao encontro com Moro. Um repórter tentou provocar uma intriga entre
Bolsonaro e o vice Mourão sobre a data em que Moro foi convidado para o ministério,
antes ou depois do segundo turno. O futuro presidente foi sincero: “Isto não
tem nada a ver. Foi depois... Eu tenho pouco contato com Mourão, estou
aprofundando o contato com ele agora. Eu tive uma reunião com ele”.
A opção Sérgio Moro foi um golaço de Bolsonaro. Ontem de manhã, vindo de
Curitiba, Moro passou 40 minutos na residência de Bolsonaro - na casa 58 da rua
C do Condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro. Logo depois, Moro soltou
uma nota oficial:
"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro
da Justica e da Segurança Publica na próxima gestão. Apos reunião pessoal na
qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz
com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a
perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado,
com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta
decisão. Na pratica, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção
dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação
Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juizes locais. De todo modo,
para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas
audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores
detalhes”.
Procuradores, juízes e delegados federais apoiaram a escolha de Moro. A
maioria da sociedade brasileira, também. Por isso, só resta à oposição ficar
“piscando”, apertadinha, porque o combate à corrupção não será brincadeira. O
mais importante é ter a certeza de que, sob regime do Crime Institucionalizado,
o Brasil não vai crescer, nem se desenvolver.
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